Economia
Índice de Confiança Empresarial cai 0,7 ponto (94,1 pontos) este mês
Baixa do ICE reflete queda de 2,1 pontos (93,1 pontos), do Índice de Expectativa Empresarial
Ao consolidar o quarto mês seguido na faixa considerada de ‘confiança moderadamente baixa’ (intervalo entre 94 e 95 pontos), o Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou de 0,7 ponto em setembro, para 94,1 pontos, informou, nesta segunda-feira (2), o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
A performance adversa do indicador – que subira 0,8 ponto, na passagem de julho para agosto, numa recuperação de 0,5 ponto daquele mês – de acordo com a entidade, foi motivada pela retração de 2,1 pontos para 93,1 pontos, do Índice de Expectativa Empresarial (IE-E), a exemplo de todos os demais componentes do IE, com destaque para a Demanda no horizonte de três meses e tendência dos negócios seis meses à frente, que caíram 1,9 e 2,1 pontos, respectivamente. Em contraponto, o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 0,9 ponto em setembro, para 94,5 pontos.
Por definição, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) corresponde à consolidação dos índices de confiança das sondagens empresariais dos quatro setores pesquisados pela Fundação: indústria (91,0 pontos, menor patamar, desde julho de 2020, em plena pandemia); serviços (recuo de 0,5 ponto, para 96,9 pontos); comércio (baixa de 1,6 ponto, passando para 92,2 pontos) e construção civil, o único que cresceu neste mês (avanço de 2,2 pontos, para 98,1 pontos).
Na avaliação do superintendente de estatísticas do Ibre/FGV, Aloisio Campelo Jr, “a confiança empresarial acomoda em patamar inferior ao nível neutro de 100 pontos, mas com resultados heterogêneos entre os setores. A percepção sobre a situação atual dos setores de Serviços e Construção indica certa resiliência, enquanto na Indústria e no Comércio as avaliações sugerem uma fase de desaceleração. As expectativas vêm se tornando menos otimistas em todos os setores exceto na Construção, segmento que ainda prevê um ambiente de negócios favorável para os próximos meses. O pessimismo das empresas no horizonte de seis meses preocupa por ser uma variável que costuma antecipar decisões de investimentos e contratações nos meses seguintes”.
Outra conclusão do ICEI é que a confiança empresarial subiu em 43% dos 49 segmentos integrantes do ICE em setembro, percentual abaixo dos 51% observados no mês anterior.
Ainda com relação ao desempenho setorial, Campelo Jr. aponta que “os segmentos mais cíclicos da economia, responsáveis por cerca de 2/3 do PIB nacional, seguem apresentando números que sugerem um ritmo fraco de atividade no terceiro trimestre, com destaque negativo para a Indústria e positivo para os Serviços, cujos indicadores ainda retratam uma situação de normalidade mesmo após a discreta queda da confiança deste setor em agosto”.
Embora admita ter havido melhora das expectativas de demanda no horizonte de três meses, o superintendente do Ibre adverte que “as previsões para a evolução da situação dos negócios seis meses à frente ainda revelam preocupação e cautela”.
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