Ações, Units e ETF's
Inflação; prévia do PIB e Boletim Focus pautam terça do Bovespa
Preocupação com avanço inflacionário nos EUA e no Brasil; divulgação do IBC-Br e projeções da Selic influenciam cotações
Aliviado pelo saldo cordial do encontro virtual da véspera (15), entre os líderes das duas superpotências, Joe Biden (EUA) e Xi Jinping (China) – que falam de respeito, em vez de conflito militar, em que pese a tensão envolvendo a pressão crescente de Pequim sobre Taiwan – o mercado, nessa terça (16) que marca a retomada dos negócios no Brasil, avalia o comportamento da inflação, tanto na pátria ianque, quanto no país, mediante a divulgação das projeções do Boletim Focus, do Banco Central (BC), que também divulga a prévia do PIB (IBC-Br); dos números da balança comercial relativa à segunda semana de novembro pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), assim como a temporada final de divulgação de balanços das companhias nacionais.
Vendas no varejo EUA – Da terra de Tio Sam, o destaque fica para a divulgação das vendas no varejo em outubro último; dos estoques empresariais em setembro, além de dados sobre estoques de petróleo bruto por parte do Instituto Americano do Petróleo (API, na sigla em inglês).
Inflação ianque avança – Cordialidades à parte, o fato é que a inflação estadunidense em ascensão voltou a despertar o temor do investidor, tendo em vista a alta de 6,2% do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) – maior variação da taxa em 30 anos – superando a previsão de 5,9%, bem acima da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano.
Índices em baixa – Reflexo disso, a maioria de seus indicadores fechou em baixa (Dow Jones, com -0,04%; Nasdaq (-0,04%), para um S&P estável. Também impactam as cotações locais, a divulgação de resultados de grandes empresas, como Walmart, Home Depot e Target.
Reação tensa – À princípio tensa foi a reação do mercado ao anúncio do pacote trilionário apresentado pelo presidente americano, talvez pela envergadura e impacto desconhecido para a economia ianque, que prevê investimentos de US$ 1 trilhão nas áreas de transporte, banda larga e serviços.
Ásia mista – Enquanto que na Ásia as bolsas tiveram desempenhos mistos, na Europa, o índice Stoxx 600 – composto pelas ações de 600 empresas dos principais setores de 17 países europeus – avançava ligeiramente nessa terça (16), puxado positivamente pela performance do setor de telecomunicações, mas negativo por parte de empresas dos setores de construção e materiais. No paralelo, os preços do petróleo avançam e os do minério de ferro recuam.
Ucrânia preocupa – Vale a pena acompanhar o desempenho do PIB europeu – avanço de 2,2% no terceiro trimestre do ano (3T21), ante o anterior (2T21) e de 3,7%, para igual período do ano passado (3T20) – uma vez que há outro ponto de conflito militar de impacto global, como o protagonizado na fronteira, por inamistosos russos e ucranianos, em que estes poderão pedir socorro à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, tem o compromisso de defender a soberania da Ucrânia, massacrada por Stalin na década de 30.
Índice tupiniquim recua – Também na mesma batida que os índices estadunidenses, ontem (15), o Dow Jones Brazil Titans 20 ADR – principal índice de ADRs do país (ações de empresas de fora dos Estados Unidos negociadas em Nova York) – fechou a sessão em baixa de 0,09%, aos 16.735 pontos, a passo que o EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano – com reflexo no índice MSCI Brazil – caiu 0,10%, cotado a US$ 30,83.
Aceno aos servidores – Em mais um round eleitoreiro, o mandatário de plantão agora resolveu lembrar dos servidores federais (há mais de dois anos com os salários congelados), para os quais acenou com reajustes, caso consiga a controversa folga orçamentária na PEC dos Precatórios, além do compromisso eleitoral com a vigência do Auxílio ‘pleito’ Brasil e seu benefício de R$ 400 para cada uma das 17 milhões de famílias vulneráveis e potenciais eleitoras. A última sacada palaciana, porém, estaria ‘batendo de frente’ com o pragmatismo da equipe econômica, dado ao seu ‘efeito cascata’, sem trocadilho.
Conveniências eleitoreiras – Ajustando a lei às suas conveniências eleitorais, o governo trocou o mês de referência da inflação, (usada para cálculo do teto de gastos), de junho por dezembro, com o objetivo de adiar o pagamento dos precatórios (dívidas judiciais sem direito a recurso) e assim obter, artificialmente, a propalada folga de R$ 89 bilhões. Já o relator da PEC no Senado e líder do governo na Casa, Fernando Bezerra, estimou que a disponibilidade federal, após o pagamento do benefício e os ajustes financeiros decorrentes da mudança de teto, seria de apenas R$ 11 bilhões, montante que deve ser usado pelo Planalto para canalizar as emendas de parlamentares governistas. Somente a proposta de desoneração da folha de pagamento de 17 setores, já sancionada pelo Executivo, implicaria gastos extras de R$ 5 bilhões.
‘Floresta à prova de fogo’ – Floresta úmida não pega fogo. A nova tese revolucionária, proferida pelo ocupante do Planalto, em plena conferência climática da ONU na Escócia (COP26), dá o tom da dificuldade de interlocução internacional do Estado brasileiro, sob essa batuta errante e egocêntrica. Logo desmentido pelos fatos, o presidente, que já deve ter tido acesso aos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), relativo a agosto último, os quais mostram que o pico das queimadas, em agosto último, atingiu 28 mil focos de incêndio – o terceiro pior número desde 2010, depois 2019 e 2020.
Paraíso antiinflamável – “Queremos que os senhores conheçam o Brasil de fato, e uma viagem pela Amazônia é algo fantástico. Até para que os senhores vejam que nossa floresta amazônica, por ser uma floresta úmida, não pega fogo”, teria afirmado o presidente, ao seminário “Invest in Brazil”.
Principais indicadores
Estados Unidos
Dow Jones Futuro (EUA), -0,09%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,17%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,21%
Europa
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,01%
*Dax (Alemanha), +0,25%
*CAC 40 (França), +0,3%
*FTSE MIB (Itália), +0,03%
Ásia
*Nikkei (Japão), +0,11% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,33% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,27% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,08% (fechado)
Commodities e Bitcoin
*Petróleo WTI, +0,4%, a US$ 81,2 o barril
*Petróleo Brent, +0,52%, a US$ 82,47 o barril
*Bitcoin, -10,02% a US$ 59.276,39
*Sobre o minério de ferro: **O minério negociado na bolsa de Dalian teve queda de 1,1%, a 540,5 iuanes, o equivalente a US$ 84,71.
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