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Educação

Inovação ou transgressão? Estudantes investigados pelo uso do ChatGPT

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O uso crescente do ChatGPT já começa a gerar problemas nas escolas e universidades. No Reino Unido, cerca de 400 estudantes universitários estão sendo investigados por plágio em trabalhos acadêmicos, após suspeita de uso da ferramenta de Inteligência Artificial.

A informação foi divulgada pelo tabloide britânico Metro. Desse grupo, cerca de 146 pessoas já foram declaradas culpadas e as demais seguem alvos de investigação.

O problema tem se agravado no país. Conforme dados divulgados pela reportagem, mais de 40% das universidades do Reino Unido já enfrentaram a mesma situação, inclusive instituições renomadas e famosas no mundo, como a Universidade de Glasgow, na Escócia.

Ilegal

É bom destacar que a prática de plágio com uso do ChatGPT é considerada antiética e ilegal pelas faculdades. A maioria dos estudantes que foram considerados culpados teve as notas zeradas.

A possibilidade de uso do chatbot para se sair melhor em provas e trabalhos tem sido alvo de debate entre professores e especialistas em educação. Um dos motivos principais, por exemplo, é “colar” e obter respostas em avaliações.

Ferramentas como o ChatGPT, criado pela OpenAI, e o Bard, desenvolvido pelo Google, são gratuitas e de uso facilitado na internet. Essa condição, por si só, já aponta a complexidade da situação, pois eles foram feitos para responder a qualquer pergunta feita pelo usuário.

Investigação

A forma encontrada por algumas universidades para investigar as suspeitas de uso indevido foi recorrer a softwares “antiplágio” que são capazes de identificar quando os conteúdos foram gerados por IA.

Por outro lado, professores já se demonstram receosos diante desse contexto, pois também existe o risco de se condenar ou acusar alunos de maneira errada. Afinal de contas, a tecnologia também é falha.

Alerta!

Os chatbots podem ser ferramentas úteis em momentos de estudo, mas é importante destacar as possíveis oscilações. O ChatGPT, por exemplo, é bastante limitado. Os dados aos quais ele teve acesso ou que serviram para treiná-lo foram gerados até 2021, somente.

O Bard já apresenta uma capacidade maior de atualização dos dados, pois ele faz consultas em tempo real para gerar as respostas. Todavia, um alerta se faz essencial: esses modelos de IA são incapazes de gerar conteúdos criativos. Eles costumam reproduzir textos que já existem na internet e, por isso, a facilidade de plágio.

No Brasil, plagiar alguém ou o trabalho de alguém é considerado crime. Os textos gerados por essas ferramentas podem servir de fonte de informação, mas com certo cuidado. Além da necessidade de checagem, não se deve replicá-los livremente em trabalhos escolares e acadêmicos.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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