Economia
Ipea eleva projeção de inflação para este ano, de 4,9% para 5,6%
Desempenho ‘menos favorável’ dos preços administrados é apontado como um dos fatores da alta
Na contramão da tendência recente, de menor ímpeto dos índices inflacionários, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta uma inflação ainda mais elevada para este ano, que saltou de 4,9%, em dezembro último, para 5,6% agora, em março.
A reviravolta nas previsões do instituto está relacionada, segundo a entidade, “ao desempenho menos favorável dos preços administrados e dos serviços, especialmente os relativos à educação”.
Com base nessa observação, o Ipea avalia que todo o restante de 2023 deverá replicar a trajetória do primeiro bimestre deste ano, marcado pela “desaceleração contínua de preços dos bens e serviços livres, mas uma alta mais intensa dos preços administrados”.
Entre os fatores determinantes de uma inflação maior do que o esperado para este ano, o instituto aponta a reoneração dos combustíveis (volta da cobrança dos impostos federais PIS/Cofins); reajuste dos planos de saúde, acima do previsto, embora tais altas tenham sido parcialmente compensadas pela redução do preço de venda da gasolina pela Petrobras às distribuidoras. Em consequência, o instituto ampliou, de 5,6%, em dezembro, para 8,2%, este mês, sua projeção de inflação dos bens administrados.
No que se refere aos serviços livres, a instituição ressalta a forte influência do reajuste das mensalidades escolares, além da estimativa inicial, o que ampliou sobremaneira a expectativa de inflação para os serviços educacionais neste ano, de 5,7% para 8,5%, ‘turbinando’ a carestia dos serviços totais, de 5,4% para 6%.
Em contrapartida, o Ipea classificou de ‘bom comportamento’ a trajetória dos preços dos alimentos nos primeiros dois meses de 2023, o que determinou um recuo, de 5,2% para 4,5%, da inflação projetada para esse período.
Em relação ao INPC, também foi revista para cima a projeção para este ano, de 4,6% para 5,5%. No caso deste indicador, houve avanço na estimativa em relação aos preços administrados e para os serviços de educação, que devem subir de 5,6% e 5,7% para 7,8% e 8,3%, respectivamente.
No polo contrário, a variação positiva dos alimentos ‘encolheu’ de 5,1% para 4,4%, ao passo que a expectativa é de ‘estabilidade’ para os bens industriais e os demais serviços livres, que passaram para de 3,3% e 5,5% para 3,2% e 5,6%, respectivamente.
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