Economia
Câmbio ou commodities podem impactar a inflação no curto prazo
Análise de André Loes, economista-chefe da Vivest.
Em uma análise detalhada sobre a dinâmica da inflação no Brasil, André Loes, economista-chefe da Vivest, ressalta que a principal força por trás da tendência inflacionária é o equilíbrio entre oferta e demanda. Segundo Loes, choques de preços externos, como a variação cambial ou os preços das commodities, podem impactar a inflação no curto prazo, mas são fatores secundários. No longo prazo, o núcleo da inflação é determinado pelo balanço entre a oferta e a demanda na economia.
Loes explica que, desde meados de 2023, o Brasil tem enfrentado uma expansão da demanda superior à oferta disponível, o que tem pressionado os preços e revertido a trajetória de queda da inflação. No início de 2024, essa mudança de tendência resultou em uma aceleração da inflação. Para conter esse movimento, o Banco Central adotou uma política monetária mais restritiva, com uma forte elevação das taxas de juros, enquanto o Ministério da Fazenda implementou uma redução modesta do déficit fiscal primário. Essas ações visam desestimular a demanda, forçar uma desaceleração do crescimento do PIB e promover um ajuste entre oferta e demanda, contribuindo para a convergência da inflação para a meta estabelecida.
Ajuste nas políticas econômicas
Entretanto, Loes destaca que o ajuste nas políticas econômicas, embora necessário, implica em um sacrifício no crescimento econômico e no emprego. Se implementado de forma abrupta, esse processo pode gerar uma desaceleração excessiva. Felizmente, até o momento, a calibração das políticas restritivas tem permitido um “pouso suave” para a economia brasileira, sem grandes desajustes no mercado de trabalho. A alta no desemprego tem sido limitada pela modesta expansão da oferta de trabalho nos últimos anos.
Loes também aponta que, para a convergência plena da inflação, será necessário um resfriamento adicional da economia, um impacto que será ajudado pela desaceleração da economia global devido à recente guerra tarifária. No entanto, o economista alerta que, devido ao caráter relativamente fechado da economia brasileira, os efeitos do esfriamento global sobre a atividade doméstica são limitados.
Trajetória da inflação
Para garantir que a inflação continue sua trajetória de convergência para a meta, Loes enfatiza que o governo deve evitar propor novos estímulos fiscais ou creditícios que possam aquecer ainda mais a demanda. O Banco Central, por sua vez, precisa manter a política de juros elevados por um período mais longo, para assegurar a estabilidade econômica necessária para que a inflação seja controlada sem maiores pressões sobre a economia.

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