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JBS quer monitorar todos os fornecedores indiretos e pode destinar R$ 500 mi à Amazônia

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A maior produtora de carnes do mundo, a JBS, lançou nesta quarta-feira o programa Juntos pela Amazônia, um dos pilares de um seu plano maior que integra ações contra mudanças climáticas.

O projeto prevê a criação de um fundo de 1 bilhão de reais para investimentos no desenvolvimento sustentável da Amazônia, com aportes que podem chegar até 500 mil reais em até uma década.

O plano maior da companhia integra ações contra mudanças climáticas, e prevê movimentos internos para assegurar que todos os fornecedores de gado, incluindo os indiretos, estejam de acordo com as leis ambientais e dentro das melhores práticas de sustentabilidade.

“É uma visão ampla, não é restrita, procura ter uma abrangência bastante global, visa fomentar o desenvolvimento sustentável do bioma amazônico, promover a conservação, o uso sustentável da floresta, melhoria da qualidade de vida da população”, afirmou Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.

Tomazoni acredita que o fundo deve colaborar com várias conquistas sociais e sustentáveis na região amazônica nos próximos anos, já que o Brasil vivem um momento em que sua imagem com avanços de desmatamentos e queimadas, com muitos associando a abertura ilegal de áreas de florestas à pecuária.

Segundo ele, essa visão levou a empresa a se comprometer com aportes de 250 milhões de reais no fundo nos primeiros cinco anos e a “igualar” doações feitas por terceiros até o limite de 500 milhões de reais até 2030.

As iniciativas mostram que a JBS não está olhando somente para os elos de sua cadeia produtiva, disse ele. Com sede no Brasil, a maior parte de suas receitas está no exterior, advindas também da produção de carnes de frango e suína e alimentos processados.

Plataforma Verde

Simultaneamente, a empresa está lançando um programa que busca a implantação da chamada Plataforma Verde, para monitoramento total até 2025 de todos os seus fornecedores indiretos de gado, visando combater a ilegalidade e o desflorestamento.

Segundo a JBS, ela monitora 100% dos fornecedores diretos de bovinos há cerca de uma década numa área maior que a da Alemanha, garantindo que estes estejam em conformidade com as melhores práticas ambientais.

Contudo, a companhia não tem informações de todos os “fornecedores dos fornecedores”, disse o CEO, algo ele afirma que nenhuma companhia no país possui, o que pode gerar perguntas sobre a sustentabilidade de uma parte da produção do maior exportador global de carne bovina.

“Hoje não monitoramos os fornecedores dos fornecedores, e ninguém faz isso hoje, nós temos a estrutura mais robusta de monitoramento, mas esse pedaço tinha desafios tecnológicos e de sistema, e com nossa iniciativa vamos fechar isso”, disse ele.

“Agora, com essa iniciativa da Plataforma Verde, vamos ter controle de 100% dos fornecedores dos nossos fornecedores, isso resolve toda a discussão, se tem algum problema na cadeia.”

O executivo ressaltou que o plano só foi possível agora graças ao desenvolvimento do sistema blockchain, que garante confidencialidade, segurança no acesso aos dados e transparência nas análises– e a melhores processos de gestão de informações e de fornecedores.

O atual sistema de monitoramento, auditado por empresas externas, lembrou ele, tem alto grau de eficiência. Dos 50 mil fornecedores da empresa, 9 mil já foram bloqueados por algum tipo de problema.

Tomazoni afirmou também que a JBS vai compartilhar seus dados com outros agentes, como bancos, para que muitos possam tomar decisões baseadas em informações que também contribuam para a redução do desmatamento.

Grande desafio

Monitorar 100% dos elos da cadeia da pecuária brasileira é uma “jornada complexa”, pelo tamanho e segmentação do setor em um país continental e pelos processos envolvidos, como conseguir acesso às guias de trânsito de animais, ponderou o diretor de sustentabilidade da JBS, Márcio Nampo.

Contudo, Nampo acredita que o setor está maduro o suficiente para ter mais transparência nos processos, com os fornecedores diretos da JBS permitindo o acesso a informações dos indiretos.

“É um desafio complexo, mas temos um bom plano na mão para que possamos superar todos os desafios, e em um prazo bastante curto entregar os resultados”, afirmou.

Até final deste ano, estima o diretor, as etapas da plataforma blockchain para que pecuaristas dêem autorização para acesso às GTAs de seus fornecedores devem ser estabelecidas. Já a partir de 2021 será criado um programa piloto em Mato Grosso, maior produtor de gado do Brasil, seguido por outros Estados da Amazônia.

A data final para que todo fornecedor da JBS tenha aderido à plataforma é 2025, mas “naturalmente vamos trabalhar para encurtar o prazo”, disse Nampo.

“É importante o engajamento de toda a cadeia e a participação do pecuarista é parte fundamental nesta estratégia”, acrescentou.

Segundo o executivo, se der certo, o plano é que programa da JBS possa se transformar em uma plataforma setorial com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da região amazônica.

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