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Automobilística

Juros altos ‘emperram’ retomada de crescimento do mercado automobilístico

De acordo com a Anfavea, recuperação do setor deve demorar, mesmo com corte das taxas

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Uma difícil retomada do mercado automobilístico, cujas vendas não deverão reagir, mesmo quando as taxas de juros finalmente começarem a cair, o que não tem qualquer previsão, até o momento. Essa é a principal constatação de especialistas, a respeito da crise do setor automotivo, cujos preços experimentaram uma alta significativa nos últimos anos.

“O que nós tivemos de novo foi a elevação brutal dos preços dos automóveis que foi ditada pelo reajuste significativo de partes componentes, semicondutores, pela desvalorização cambial e até pela inflação reinante nos últimos anos. Isso fez com que, a partir de 2021, nós tivéssemos esse reajuste galopante dos preços, sem que, de uma forma geral, fosse acompanhado pelo poder de compra da sociedade”, observa o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Antônio Jorge Martins, ao comentar os fatores que influíram na carestia dos automóveis.

Embora sua produção tenha avançado 8% no primeiro trimestre do ano (1T23) – 496,1 mil unidades – ante igual período de 2022, tal performance não é tão positiva, uma vez que a base de comparação é fraca e constitui o pior resultado da indústria automobilística, desde 2004.

De acordo com a associação, a exemplo do mercado, os juros altos são considerados os ‘vilões’ que emperram a atividade automotiva, seja no campo das vendas ou na produção. Aparentemente alheio aos ‘estragos’ provocados no desempenho do setor, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, em sua última reunião, manter em 13,75% ao ano a taxa básica de juros, a Selic.

Para o assessor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Luís Paulo Bresciani, é “bastante evidente que o nível da taxa de juros impede o retorno da produção a níveis superiores. Ele vem funcionando como um freio de mão em relação à uma retomada mais significativa dos volumes de produção”, explica.

Uma das consequências mais graves do aumento dos juros, além do encarecimento dos carros, prossegue Bresciani, é o ‘encolhimento’ do mercado consumidor. “Taxa de juros e, portanto, condições de crédito e financiamento muito prejudicadas, por um lado. E por outro lado, nós temos uma oferta de veículos concentrada em modelos que saem de um ponto de partida bastante elevado e, portanto, afastam uma boa parte dos potenciais compradores”, conclui.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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