Leilão de hidrovias pelo governo suscita audiência no Senado

O governo federal está planejando leiloar algumas das principais hidrovias do Brasil, incluindo a do Rio Madeira, uma das mais importantes do Corredor Logístico Norte. Para discutir essa iniciativa, a Comissão de Infraestrutura (CI) realizará uma audiência pública na próxima terça-feira (10), a partir das 9h. A participação do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ainda está pendente de confirmação.

A audiência (REQ 60/2024-CI) foi solicitada pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO), presidente da comissão. Segundo Moura, as hidrovias desempenham um papel crucial no escoamento eficiente de cargas e no desenvolvimento econômico. Ele destaca que esses transportes são econômicos, sustentáveis e eficientes, e ajudam a aumentar a competitividade e a integração dos mercados nacionais e internacionais.

“Investimentos privados por meio de concessões podem transformar as hidrovias em artérias logísticas mais modernas e eficientes, impulsionando o desenvolvimento econômico, melhorando a qualidade dos serviços e promovendo a sustentabilidade ambiental,” afirma o senador Confúcio Moura.

Leilão de hidrovias

A Hidrovia do Rio Madeira é uma das mais significativas na Região Norte e essencial para o escoamento de grãos, como soja, milho e açúcar produzidos em Mato Grosso. Estes produtos são transportados para Porto Velho (RO) após uma viagem de 800 km pela BR-364.

A navegação pode ocorrer até mesmo durante a estiagem, com comboios de até 18 mil toneladas. A largura da hidrovia varia entre 440 metros e 9.900 metros, e a profundidade pode alcançar 13 metros. A hidrovia, formada pelos rios Mamoré, que nasce na Serra de Cochabamba, na Bolívia, e Guaporé, segue em direção ao Norte, atravessando várias corredeiras e percorrendo onze municípios, sendo oito no Amazonas e três em Rondônia.

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a hidrovia do Madeira possui 1.060 km navegáveis, entre Porto Velho e a foz em Itacoatiara (AM), sendo aproximadamente 180 km em Rondônia e 876 km no Amazonas.

(Com Agência Senado).