Light (LIGT3) protocola ação para suspender pagamento de dívidas

A Light (LGT3) entrou com uma medida cautelar na Justiça para suspender temporariamente o pagamento de “certas obrigações financeiras”, conforme fato relevante encaminhado ao mercado.

De acordo com o documento, a medida cautelar é a medida mais adequada, neste momento, para permitir e viabilizar a readequação ou equalização das obrigações abrangidas.

Também traz que ao final de março, a Fitch Ratings, agência que avalia o risco de calote de empresas, rebaixou a avaliação da Light.

E acrescenta que, em escala nacional, o rating foi rebaixado de AA- para CCC e na escala internacional, de BB- para CCC+. A companhia também sofreu revisões por parte da Moody’s, de de Ba3 para B3. O rebaixamento das notas significa que, para as agências, o risco de calote aumentou.

Light (LIGT3): dívidas

Vale destacar que a empresa não informou quais dívidas teriam sido mencionadas na medida cautelar que foi protocolada em segredo de Justiça e com caráter de urgência. A Light também pediu procedimentos de mediação coletiva com as partes envolvidas.

Mercado

Um estudo da Teva, provedora de índices para ETFs (fundos listados em bolsa) aponta que a Light teve um impacto no mercado de crédito privado maior que o provocado pela divulgação de “inconsistências contábeis” da Americanas (AMER3).

O levantamento mostra que o impacto médio do evento da Light foi uma alta de 0,016 ponto percentual nos spreads dos ativos por dia. O caso Americanas provocou abertura de 0,013 ponto percentual por dia. O estudo considerou do meio de janeiro até o início de abril.

A distribuidora de energia do Rio de Janeiro contratou no fim de janeiro uma consultoria especializada em reestruturações.

Em relação à Americanas, esta trouxe à tona em janeiro a descoberta de um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço que culminou no pedido de recuperação judicial da companhia. Na época, o caso foi considerado como o com maior potencial de estragos porque a varejista viu seu rating com agências de classificação de crédito sair do maior patamar de qualidade para grau especulativo.