Empresas
Lula irá se reunir com executivos da Vale para tratar de Mariana e Brumadinho
Presidente quer engajamento nas reparações.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou sua cobrança à Vale (VALE3) por reparação pelos rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.
Ele afirmou ter solicitado ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, que convoque a empresa na próxima semana e “exija que ela assuma os custos” das consequências enfrentadas pelas comunidades afetadas pelos desastres.
Em um evento de anúncio de investimentos do governo federal em Pernambuco, Lula enfatizou a negligência contínua em relação aos afetados: “Neste país, as pessoas tendem a esquecer facilmente dos pobres. Vocês viram o que aconteceu em Minas Gerais, em Brumadinho, com o rompimento da barragem da Vale. Quantas vidas foram perdidas, quantas casas foram destruídas”.
Lula também mencionou o desastre em Mariana, envolvendo outra barragem da Vale, relembrando que “até hoje a companhia não compensou os direitos das comunidades pobres. Até hoje”.
Mariana
A tragédia de Mariana refere-se ao rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 5 de novembro de 2015, na cidade de Mariana, Minas Gerais. A barragem era operada pela empresa Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP Billiton. O rompimento liberou uma enorme quantidade de rejeitos de mineração, provocando uma avalanche de lama que atingiu fortemente o distrito de Bento Rodrigues, além de outras comunidades ao longo do Rio Doce.
O desastre resultou em uma das maiores tragédias ambientais do Brasil, com dezenove mortos confirmados e impactos ambientais severos ao longo de centenas de quilômetros do rio. A lama de rejeitos, composta por minério de ferro e outros resíduos, devastou a vegetação, poluiu a água e afetou negativamente a vida de milhares de pessoas que dependiam do rio para subsistência.
As consequências do desastre de Mariana incluem processos judiciais, ações de indenização, esforços de recuperação ambiental e debates sobre segurança de barragens e responsabilidade corporativa no setor de mineração. A tragédia também despertou um debate mais amplo sobre a gestão ambiental e a necessidade de regulamentações mais rígidas para evitar novos incidentes similares.
Brumadinho
A tragédia de Brumadinho refere-se ao rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, operada pela Vale, ocorrido em 25 de janeiro de 2019, na cidade de Brumadinho, Minas Gerais. O desastre resultou na liberação descontrolada de uma enorme quantidade de lama e rejeitos de mineração, que devastaram a região e causaram impactos humanos, ambientais e socioeconômicos significativos.
A lama de rejeitos, composta por resíduos de mineração como ferro e sílica, inundou o vale do rio Paraopeba, destruindo vegetação, contaminando água e soterrando casas, estruturas e comunidades. A tragédia causou a morte de 270 pessoas, sendo que 11 ainda estavam desaparecidas um ano após o rompimento. Além das vítimas fatais, milhares de pessoas foram afetadas direta ou indiretamente, perdendo familiares, casas, empregos e modos de vida.
O desastre de Brumadinho gerou uma comoção nacional e internacional, renovando os debates sobre segurança de barragens, responsabilidade corporativa, fiscalização ambiental e gestão de resíduos na indústria de mineração. As consequências incluem processos judiciais, investigações, indenizações às vítimas e esforços de recuperação ambiental ao longo do rio Paraopeba, que foi severamente impactado pela contaminação dos rejeitos.
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