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Lula quer bancos públicos injetando dinheiro na economia; confira cifra

Visão do petista sobre instituições contrasta com a de Bolsonaro, que reduziu participação no crédito e considerou fazer privatizações

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Com a eleição de Lula, uma das principais mudanças relacionadas ao governo do país diz respeito à economia. A gestão Bolsonaro possuía uma orientação de ordem mais liberal, com foco no setor privado. A partir de 2023, contudo, as coisas devem ser diferentes. Lula, assim como fez durante os governos anteriores, deve investir na participação ativa do Estado.

As políticas sociais que seu governo pretende adotar requererão enorme disponibilidade de recursos. Bom exemplo disso é a intenção de reconstruir programas como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), ProUni e Fies, que pressionará o caixa do governo. Dá-se o mesmo com a manutenção do Auxílio brasil, que voltará a ser chamado de Bolsa Família, no valor de R$ 600.

Para todos os efeitos, a chamada PEC da Transição já esteja sendo negociada a fim de atender algumas demandas em 2023. Mas há outra fonte de financiamento com a qual o governo eleito espera contar. Trata-se dos bancos públicos. Em sua campanha, Lula apontou Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES, por exemplo, como vetores para concessão de crédito.

Tais instituições sempre foram utilizadas em governos petistas para alavancar o mercado interno. Durante o governo Bolsonaro, porém, os esforços foram em direção à redução da participação dos bancos públicos no crédito, que também tiveram a possibilidade de privatização ventilada. Nesse sentido, mercado financeiro e acionistas tiveram ótima recepção à forma como Bolsonaro lidou com a situação. E agora veem com preocupação a possível guinada com Lula.

Bom momento de bancos deve favorecer movimento
Porém, até mesmo em circunstância das contas fiscais apertadas para o próximo ano, esta ferramenta deve voltar a ter protagonismo. A boa notícia é que a saúde financeira das três maiores instituições públicas (Banco do Brasil, Caixa e BNDES) garantirá fôlego para despejar muito dinheiro na economia. A análise é do Itaú BBA, que comunicou a expectativa em relatório enviado aos seus clientes. A notícia é da coluna Radar Econômico, da Veja.

“Os três principais bancos públicos têm excesso de capital regulatório. Admitindo-se a necessidade de financiamento, os próprios índices de Basileia são suficientes para um crédito adicional de cerca de 2 trilhões de reais. Um efeito secundário de contas fiscais mais apertadas poderia ser uma tributação mais alta para o sistema financeiro. Ainda há muitas peças em movimento, mas, por enquanto, o setor que contempla banco e crédito de nossa cobertura provavelmente terá uma camada adicional de incerteza política”, diz o documento.

O Índice de Basileia é uma relação entre capital próprio do banco e o capital de terceiros, que vai ser exposto a risco por meio da carteira de crédito. É possível concluir, portanto, que nos próximos quatro anos a tendência é de que os bancos públicos tenham sua função social resgatada, em detrimento da gestão austera e de simpatia ao mercado no período mais recente.

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