Bancos
Mercado de emissão de dívida ignora crise e cresce
Busca de liquidez no exterior é principal atrativo para empresas
O ímpeto do mercado de emissão de dívida no mercado internacional acabou ‘falando mais alto’ do que o ‘ruído político’ de Brasília, a ponto de superar a expectativa de movimentação de empresas brasileiras que buscam liquidez no exterior.
Prova disso são as companhias Suzano (SUZB3) e Movida (MOVIDA ON), que tiveram êxito nas captações realizadas recentemente, caminho semelhante a ser trilhado por outras cinco companhias, ainda este mês. No caso da Suzano – empresa que dispõe de grau de investimento – os papéis de sete anos saíram com “yield” (rendimento) de 2,7%, inferior aos de 3,2% de título soberano brasileiro de mesma duração, no mercado secundário, envolvendo volume de US$ 500 milhões. A Movida, por sua vez, saiu com taxa de 5,25% em um bônus de dez anos, bem superior ao obtido pelo Treasury de dez anos (1,3%), em operação que correspondeu a US$ 300 milhões.
Yelds altos – Em geral, os yields de empresas brasileiras – até mesmo às que possuem rating mais elevado – são mais altos, se comparados com os Treasuries (títulos do Tesouro americano) ou, ainda, às emissões corporativas de países desenvolvidos.
Superando 2020 – A expectativa do mercado é de que, até meados de novembro próximo, sejam realizadas pelo menos 15 emissões – número bem superior ao registrado 2020 inteiro, quando foram captados US$ 26 bilhões. Com o saldo acumulado, até aqui, em US$ 26 bilhões, a previsão é de fechar este ano com um montante próximo de US$ 30 bilhões.
Trilha do crescimento – Graças à liquidez internacional, acentua o responsável pela área de mercado de capitais do Santander Brasil, Miguel Diaz, esse tipo de operação continuará crescendo, a despeito das turbulências políticas internas. “Isso está claramente se sobrepondo a qualquer barulho local. Nessas primeiras emissões que já tivemos vimos um pelotão de elite de investidores se formando e eles devem ancorar as captações”, explica.
Potenciais emissores – Entre as emissões previstas para setembro corrente, somente uma se refere a uma empresa que estreia no mercado de dívida externa, tendo como potenciais emissores um banco, uma empresa de infraestrutura do setor financeiro, além de representantes dos segmentos de logística, transportes e indústria.
Grau de investimento – Embora o nome das empresas seja mantido sob sigilo pelos bancos – responsáveis pela coordenação das captações – seu perfil, se considerado o intervalo até novembro, é de empresas com grau de investimento e companhias mais arriscadas (as chamadas “high yield”), estreantes e emissores frequentes e mais nomes do setor financeiro.
Gestão de passivos – De acordo com a fonte de um banco estrangeiro, “o mercado da dívida está muito aquecido, a contar da abertura forte da primeira sessão depois do feriado do Dia do Trabalho nos EUA”, observa, ao admitir que “devemos ter semanas agitadas pela frente”, ao se reportar à tensão político-institucional do país, nos últimos meses. Em grande parte das vezes, as operações desse setor têm como objetivo fazer a gestão dos passivos, em que as empresas contam como taxas de juros, com prazos ampliados, tendo em vista baratear suas dívidas.
CDS avançam – Com o incremento do ‘ruído político’, como chama o mercado, os contratos de credit default swap (CDS) de cinco anos do Brasil, uma medida de risco-país, haviam subido para 182 pontos antes da reviravolta, frente a 177 pontos no início do mês. A explicação é que o risco em ascensão leva os investidores a exigir retornos maiores.
Blindagem necessária – Outra motivação das emissões pelas empresas é fazer uma espécie de ‘blindagem’ ante à interminável crise político-institucional, em meio a um cenário de inflação elevada, juros alta e queda do PIB. Esse tipo de precaução tem levado número crescente de companhias a captar bilhões de dólares no mercado, com o objetivo de reforçar seu caixa ou ainda fazer o alongamento de dívidas contraídas em período anterior à pandemia.
Explosão de debêntures – Exemplo disso é dado pelo mercado de debêntures, que assiste uma ‘explosão’ de anúncios-relâmpagos de emissões, como os protagonizados por gigantes da área energética, como Comgás (CGAS5), 3R Petroleum (RRRP3), Vibra (BRDT3) e Hypera (HYPE3), cujo montante de operações já supera R$ 1 bilhão. No entendimento de analistas desse mercado, mesmo com a perspectiva de a Selic (taxa básica de juros) alcançar 8% ao final do ano, o custo de captação ainda favorece as empresas.

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