Economia
Monitor do PIB (FGV) recua 0,3% em julho, ante junho
No comparativo anual, porém, indicador apresenta alta de 1,8%, aponta a Fundação
Como efeito da queda generalizada dos setores vitais da economia (agropecuária, indústria e serviços), como também no consumo das famílias e da taxa de investimento na economia (formação bruta de capital fixo), o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou queda de 0,3% em julho, ante o mês anterior, mas alta de 1,8% para igual mês do ano passado.
Os dados fazem parte do Monitor do PIB, divulgado, nesta quarta-feira (20), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). No trimestre móvel encerrado em julho de 2023, porém, a economia nacional acusou expansão de 2,7% ante o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o PIB somou R$ 6,109 trilhões, em valores correntes.
Em nota oficial, a coordenadora do Monitor do PIB/FGV, Juliana Trece destaca que “a retração de 0,3% da economia brasileira em julho é explicada, pela ótica da oferta, por quedas nas três grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços) e, pela ótica da demanda, por recuos no consumo das famílias e na formação bruta de capital fixo”.
Sobre o recuo de consumo familiar do país, Juliana comenta, ainda, que se trata “da primeira retração, após cinco meses consecutivos de crescimento, e ocorreu de forma disseminada entre os tipos de consumo. Embora a economia tenha apresentado resiliência do crescimento no primeiro semestre do ano, o resultado de julho acende alerta sobre a sustentabilidade do mesmo patamar de crescimento no restante de 2023”.
Ao mesmo tempo, a coordenadora da FGV assinala que, sob a ótica da demanda, “o consumo das famílias cresceu 2,6% no trimestre móvel encerrado em julho, na comparação interanual. No trimestre móvel encerrado em junho, o índice havia avançado 3%”, ao acrescentar que, “desde o final de 2022, há uma tendência de desaceleração do crescimento do consumo das famílias, explicada, principalmente, pela redução do crescimento do consumo de serviços”.
Sobre a retração de 3,2% no trimestre móvel findo em julho, no comparativo anual, da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB), a FGV, em nota, avalia que “o segmento de máquinas e equipamentos, que tem apresentado quedas desde o trimestre findo em janeiro, segue ampliando sua retração e registrou queda de 9,4% no trimestre móvel findo em julho”. Também em julho último, a taxa de investimento da economia atingiu 17,4% do PIB, pouco acima da média histórica, desde 2015, mas abaixo da média histórica, desde 2000.
Ao empregar as mesmas fontes de dados e metodologias utilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Monitor do PIB serve como indicador que antecipa a tendência de comportamento da economia brasileira.
Igualmente no trimestre fechado em julho deste ano, a exportação de bens e serviços exibiu avanço de 15,1%, com alta em todos os seus componentes. “Destacam-se as exportações das commodities – produtos agropecuários (29,1%) e extrativa mineral (27,1%) -, que foram responsáveis por cerca de 80% do desempenho positivo”, ressaltou, em nota, a FGV.
Ao mesmo tempo, as importações tiveram baixa de 0,9%. “Apesar das contribuições positivas das importações de consumo e de bens de capital, a retração de 5,7% na importação de bens intermediários justifica esta queda no total das importações”, explicou a fundação.
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