Economia
Motivos que levaram inflação de março a ser a maior em quase 3 décadas
A inflação no mês de março bateu recorde em 28 anos. Entenda quais foram os motivos que levaram a inflação a esse patamar!
Em março de 2022, de acordo com o relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o índice de inflação no Brasil subiu para 1,62%, configurando-se como o maior avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo relativo a esse mês em 28 anos. Nesse sentido, é importante destacar que a última vez que isso aconteceu foi no ano de 1994, antes do plano real ser implementado.
Leia mais: Setores que conseguiram aumento acima da inflação
Em vista disso, de acordo com Fábio Gallo, professor de finanças da FGV EAESP, a expectativa era de que até o início do ano a inflação não fosse tão elevada quanto apresenta-se, hoje, enfatizando que “demorou pouco para que os preços começassem a subir. Desde fevereiro, as taxas já estavam bem acima do esperado“.
Não obstante, os dados divulgados pelo IBGE demonstraram que os principais impactos para o mês de março chegar ao patamar que chegou, foram: os transportes (3,02%) e a alimentação e bebidas (2,42%). Os dois grupos, juntos, contribuíram com cerca de 72% do índice do mês.
No caso dos transportes, a alta foi ocasionada principalmente pelo aumento nos preços dos combustíveis (6,70%), com destaque para gasolina (6,95%).
De fato, o Brasil vem passando por uma inflação desde de o ano de 2021, um cenário que se gerou devido a pandemia da Covid-19 e, consequentemente, agravou-se drasticamente devido ao conflito no leste europeu entre Rússia e Ucrânia.
Nesse sentido, o conflito no leste europeu afeta diretamente a dinâmica do petróleo, uma vez que a Rússia é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, com capacidade de produção de mais de 10 milhões de barris por dia. Já na política de alimentação, essa dinâmica reflete diretamente a crise dos agrotóxicos.
Destarte, a “guerra também influenciou na questão da alimentação, já que Rússia e Ucrânia são importantes produtores e exportadores de trigo. Isso acabou, inclusive, afetando o preço de outros grãos e cereais, como milho e soja“, aponta Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter.
Entre os alimentos que sofreram alta de preço estão: tomate, cujos preços subiram 27,22% em março, a cenoura, que avançou 31,47% e já acumula alta de 166,17% em 12 meses, leite longa vida (9,34%), óleo de soja (8,99%), frutas (6,39%) e pão francês (2,97%).
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