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Política

Mourão diz que Brasil precisa responder ameaça a acordo Mercosul-UE com diplomacia e ações na Amazônia

França ameaçou não ratificar acordo entre Mercosul e União Europeia em razão dos problemas ambientais do Brasil.

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O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, disse nesta sexta-feira que o Brasil tem que responder à intenção da França de não validar o acordo entre Mercosul e União Europeia por conta dos problemas ambientais no país sul-americano com diplomacia e ações que estão sendo realizadas na Amazônia .

Na Guiana Francesa, departamento ultramarino da França que faz fronteira com o Brasil, há também desmatamento e garimpo ilegal, lembrou Mourão durante uma live sobre Amazônia e Segurança feita pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).

“Não vou colocar a discussão nesse nível, essa é aquela discussão do nível baixo. O que eu vou colocar em discussão é que temos que trabalhar por meio da diplomacia e por meio das nossas operações de comando e controle”, disse ele.

De acordo com o vice-presidente, a diplomacia serve para criar um diálogo e mostrar que o acordo não beneficia somente os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

“Muito pelo contrário, ele abre para os países da União Europeia, que são industrializados e que têm muito mais valor agregado na sua produção do que nós, o mercado aqui do Mercosul. Então, é algo que favorece a ambos, é a velha questão do benefício mútuo, isso é o diálogo diplomático”, acrescentou o vice-presidente.

Assinado em julho de 2019 depois de mais de uma década de negociações, o acordo Mercosul-UE ainda precisa ser ratificado pelos 27 países membros do Parlamento Europeu e pelos Congressos dos quatro membros do Mercosul. Além da França, Áustria e Holanda são outros países que assinalaram que podem não ratificar.

Nesta sexta-feira, o governo francês informou que seu mais recente relatório sobre desmatamento corrobora a oposição do país ao acordo e que trabalhará com outros parceiros da UE para que se estabeleça “condições ambientais” para retomada de negociações.

Mourão também falou que as ações de comando e controle na Amazônia servirão para mostrar que as queimadas e o desmatamento não são um problema generalizado na região.

“Existem problemas, existem, mas não é um problema generalizado da forma como se coloca. A questão dessas ilegalidades ocorrem praticamente nas áreas antropizadas da Amazônia a maioria há mais de 20, 30 anos ocupada por propriedades rurais”, explicou.

Segundo ele, dois terços dos focos de queimadas na Amazônia seriam em áreas de propriedades rurais ou urbanas e apenas um terço seria em áreas de proteção ou indígenas. O vice-presidente é coordenador do Conselho da Amazônia.

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou, através do seu mais recente boletim de queimadas, que a Amazônia registrava 68.486 focos de incêndio até 17 de setembro, 13% a mais do que no ano passado e o maior número para o período desde 2010.

Segundo dados preliminares sobre desmatamento, houve aumento de 34,5% nos últimos 12 meses até julho, na comparação com período anterior. O ano-calendário para a medição anual do desmatamento da Amazônia considera entre agosto de um ano e julho do ano seguinte.

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