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MPC quer investir R$ 1 bi no Brasil em 18 meses em projetos com baterias elétricas

Empresa foi a primeira a instalar equipamentos da Tesla no Brasil.

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A MicroPower Comerc (MPC), companhia de soluções com baterias elétricas que tem entre os acionistas Siemens e Equinor, estima que vai investir 1 bilhão de reais nos próximos 18 meses para pôr em prática projetos no Brasil, afirmou Marco Krapels, presidente-executivo da empresa.

Segundo o executivo que foi vice-presidente da Tesla antes de assumir o cargo na MPC, a companhia controlada pela Micropower Energy, de São Francisco, tem à vista oportunidades de fornecimento de sistemas de armazenamento associados a painéis solares, por exemplo, para atender clientes que vão desde mineradoras até empresas do setor elétrico e varejistas.

Krapels, que tem dupla nacionalidade americana e holandesa, mudou-se para o Brasil no início de 2018 para lançar a MPC, logo depois de deixar o negócio de Elon Musk.

A princípio, ele se tornou sócio de uma empresa local de comercialização de eletricidade, a Comerc Energia, mas logo a MPC recebeu investimentos do grupo alemão de engenharia Siemens e da petroleira norueguesa Equinor.

“Já instalamos sistemas para McDonalds, Coca-Cola e Vale, e nossos projetos estão crescendo em tamanho. Teremos alguns grandes anúncios para serem divulgados ao longo do mês, ou por perto disso. Esse é um setor em expansão”, afirmou o executivo.

A empresa foi a primeira a instalar equipamentos da Tesla no Brasil, em um sistema implementado para a Vale no terminal de minério de ferro da Ilha Guaíba, no Rio de Janeiro. O projeto visa reduzir custos ao substituir a energia da rede pelas baterias em momentos de pico de demanda, quando os preços da eletricidade sobem.

Contudo, a companhia também atua com equipamentos da Siemens, sócia da empresa, e não só com os da Tesla, destacou ele.

O Brasil tem muito potencial para as soluções fornecidas pela MPC, acrescentou Krapels, com grande potencial de mercado junto às mineradoras, ao garantir fornecimento de energia em regiões isoladas ou permitindo que as empresas se desliguem da rede elétrica nos momentos de preços mais elevados.

De acordo com suas expectativas, as apostas das mineradores nesse tipo de saída ficará cada vez mais comum com as pressões da sociedade e de clientes por sustentabilidade e pela preservação da natureza.

A MPC também fechou acordo de fornecimento de um sistema com geração solar e baterias Tesla à mineradora Buritirama, para uma mina de manganês no Pará.

Microrredes

Krapels disse que as baterias também podem, junto com instalações solares ou pequenas aplicações a diesel ou gás, suportar sozinhas o consumo de energia de regiões isoladas, por meio da criação de chamadas “microrredes” que dispensariam a conexão dessas localidades ao sistema elétrico interligado brasileiro.

“Essas microrredes podem ser construídas em menos de seis meses e elas podem abastecer minas muito grandes ou até cidades de grande porte. Há muitas cidades remotas no Brasil abastecidas com usinas a diesel, e o diesel é tão sujo e caro… além de ser um pesadelo logístico levar diesel para essas áreas remotas”, explicou.

Um negócio nesse modelo foi fechado com a Neoenergia, do grupo espanhol Iberdrola, para instalar uma microrredá com baterias e sistema solar na comunidade de Xique-Xique, na cidade de Remanso, Estado da Bahia.

O projeto está  integrado ao programa federal Luz para Todos, e usará recursos que a Neoenergia destina a iniciativas de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

“É o primeiro projeto desse tipo, em que uma comunidade inteira é energizada por uma microgrid… particularmente na Amazônia esse é um mercado (com potencial) muito significativo para nós, e no qual estaremos muito ativos”, completou.

O uso dos equipamentos de armazenamento para diminuir congestionamentos na rede de transmissão de energia ou para aumentar a qualidade na distribuição seriam outras possibilidades de negócio, afirmou Krapels.

A MicroPower Comerc está capitalizada para avançar com seus planos no momento, disse o executivo, mas poderá estudar uma nova rodada de captação de recursos junto a investidores já em 2021. Com isso, acrescentou, a empresa a financiar uma expansão possivelmente maior que a prevista a princípio.

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