Economia
Na terceira queda seguida, produção industrial cai 0,2% em fevereiro
Com saldo negativo acumulado de 0,6%, setor apresenta recuo de 2,4%, no comparativo anual
Consolidando uma sequência de três quedas seguidas (saldo acumulado de 0,6%), a produção industrial do país recuou 0,2% em fevereiro, em relação ao mês anterior, segundo apontam dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgados hoje (19) pelo IBGE. Ante fevereiro de 2022, a baixa é mais acentuada, de 2,4%.
A nova retração, segundo o instituto, coloca a indústria em patamar 2,6% inferior ao do período da pandemia, em fevereiro de 2020, e 19% aquém do nível recorde da série, atingido em maio de 2011.
Na avaliação do gerente da pesquisa, André Macedo, “embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora no fim do ano passado, este início de 2023 apresenta perda na produção, permanecendo longe de recuperar as perdas do passado recente”.
Das 25 atividades industriais pesquisadas, pelo menos nove tiveram redução, com destaque para produtos alimentícios (-1,1%); produtos químicos (-1,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,5%).
“Entre os alimentos, alguns dos destaques negativos vieram da menor produção de carnes de bovinos, aves e suínos, sucos e derivados da soja. A queda observada na produção de carne bovina teve a influência da suspensão das exportações para a China por conta do mal da vaca louca no final do mês de fevereiro”, analisa Macedo.
Em contraste com as pressões de baixa exercidas sobre o índice geral, por parte dos segmentos de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,5%) e de produtos de metal (-1,4%), foi registrada alta em 16 atividades, com destaque para as indústrias extrativas (4,6%), que ampliou a expansão de janeiro (3,4%); bebidas (3,6%); coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,5%); impressão e reprodução de gravações (11,2%); produtos diversos (4,0%); metalurgia (0,8%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,0%).
Se consideradas as maiores categorias econômicas, o maior peso negativo correspondeu ao setor de bens de consumo duráveis, que caiu 1,4%, avançando a perda anterior, de 1,2%, em janeiro. Em seguida, vem o de bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%), após este exibir quatro meses seguidos de alta. Já os setores de bens de capital e de bens intermediários registraram elevações de 0,1% e 0,5%, respectivamente.
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