Economia
Novo corte na Selic derruba rendimento da poupança para 0,12% ao mês
Mesmo com a redução da taxa básica de juros, as cadernetas de poupança ainda são mais vantajosas que os fundos de renda fixa.
Os investidores devem ficar atentos, visto que o novo corte da taxa básica de juros (Selic) reduziu ainda mais a rentabilidade da poupança. Agora, as aplicações vão render apenas 0,12% ao mês e 1,4% ao ano, segundo cálculos feitos pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).
Na última quarta-feira, 5, a taxa básica de juros da economia brasileira foi reduzida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Antes a taxa marcava 2,25% e agora, 2%. Esse foi o nono corte seguido na Selic.
Como consta na regra em vigor desde 2012, quando a Selic se encontra abaixo de 8,5% a correção anual da caderneta de poupança é limitada a um percentual que equivale a 70% dos juros básicos, somados a Taxa Referencial (TR), que está em zero desde 2017. Para os depósitos feitos em abril de 2012, o rendimento segue marcando 6,17% ao ano (0,50% ao mês).
Segundo a Anefac, o valor de R$ 10 mil na poupança num prazo de 12 meses resultaria em:
- Rendimento de R$ 140 (R$ 10.140), na poupança nova;
- Rendimento de R$ 617 (R$ 10.617), na poupança velha – depósitos feitos até abril de 2012.
Assim, a nova poupança deve apresentar um rendimento menor do que a inflação. No último relatório Focus, feito pelo Banco Central, os especialistas consultados estimaram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avance 2,97% nos próximos 12 meses.
Porém, mesmo que a poupança tenha perdido rentabilidade com os cortes na Selic, ela ainda é mais vantajosa se comparada aos fundos de renda fixa. Em comunicado, a Anefac apontou que as cadernetas de poupança “vão continuar se destacando frente aos fundos de renda fixa pelo fato que não pagam Imposto de Renda nem taxas de administração”.
Em junho deste ano, o Banco Central informou que os depósitos de recursos da caderneta de poupança superaram os saques em R$ 20,533 bilhões. Esse foi um desempenho histórico e considerado o melhor resultado para meses de junho desde o início da série histórica, em 1995.
Foi também o quarto mês de ingresso líquido, quando há mais depósitos que retiradas, de recursos na poupança geral em 2020.
Essa forma de investimento tem apresentado bons resultados em razão do pagamento do Auxílio Emergencial.
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