Economia
“O momento atual é o mais perigoso para o mundo, em muitas décadas”
JPMorgan prevê impactos de longo prazo nos mercados de energia e de alimentos
“O atual momento é o mais perigoso para o mundo em muitas décadas”. A advertência sombria foi disparada pelo CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, ao comentar o agravamento do conflito entre Israel e Hamas, que se junta à interminável guerra na Ucrânia, precipitada, em fevereiro deste ano, pela invasão russa.
Durante a divulgação de comunicado dos resultados do banco ianque, relativos ao terceiro trimestre, Dimon alertou para os sérios riscos geopolíticos impostos pelas citadas conflagrações globais, que poderão produzir impactos de longo prazo no mercado de energia, de alimentos e no comércio mundial.
Ao revelar que o JPMorgan, como instituição, estaria ‘profundamente entristecido‘ pelos ataques e pelo subsequente ‘derramamento de sangue’ provocado pela guerra, o CEO disse “esperar o melhor, pois preparamos a empresa para uma ampla gama de desfechos para que possamos atender consistentemente os clientes, independentemente do ambiente”.
Sobre a proposta israelense de evacuação inviável de mais 1 milhão de pessoas do norte de Gaza em tempo exíguo, ‘limpando o terreno’ para a invasão, pelas forças de Israel, da região controlada pelo grupo terrorista Hamas, o CEO do JPMorgan vê o risco de ocorrer um desastre humanitário de grandes proporções.
Demanda aquecida – Do ponto de vista do horizonte do mercado, a Agência Internacional de Energia (AIE) previu que o aquecimento da demanda por petróleo, devido às tensões crescentes no Oriente Médio, poderá ampliar os riscos à continuidade de oferta no mercado petrolífero global, ainda este ano. “Embora não tenha havido impacto direto na oferta física, os mercados permanecem na expectativa à medida que a crise se desenrola”, afirmou a AIE, nessa quinta-feira (12).
Embora nem Israel, nem os territórios palestinos sejam grandes produtores de petróleo, a escalada do conflito poderá incluir grandes produtores, como o Irã, o que poderá determinar maiores restrições de oferta, a exemplo daquelas já promovidas pelos também produtores Arábia Saudita e Rússia, com a finalidade de manter o patamar do insumo energético próximo a US$ 100 o barril.
“Em um cenário de mercados petrolíferos fortemente equilibrados previstos pela AIE há algum tempo, a comunidade internacional continuará focada nos riscos para os fluxos petrolíferos da região”, avaliou a agência, para quem a demanda de petróleo deverá crescer 2,3 milhões de barris por dia em 2023, 100 mil barris por dia a mais, em relação ao relatório de setembro. Como resultado, em média, haveria uma procura total de 101,9 milhões de barris por dia, um novo recorde.
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