Saúde
Pacientes com morte cerebral recebem transplante de coração de porco
Em janeiro, um procedimento semelhante foi feito pela Universidade de Maryland, com o transplante de coração de porco sendo feito em um ser humano vivo. Saiba mais!
Pesquisadores da NYU Langone Health, dos Estados Unidos, anunciaram que um estudo científico muito importante foi realizado por uma equipe cirúrgica. A cirurgia consistiu em transplantar dois corações de porco, geneticamente modificados, em seres humanos que tiveram morte cerebral confirmada.
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Foram dois destinatários a receberem os órgãos. O primeiro foi Lawrence Kelly, de 72 anos, residente da Pensilvânia e, um mês depois, o procedimento se repetiu com Alva Capuano, de 64 anos, residente de Nova York.
Em janeiro, uma cirurgia semelhante foi feita pela Universidade de Maryland, com o transplante de coração de porco sendo feito em um ser humano vivo. O paciente teve seu falecimento confirmado em março.
Segundo o Robert Montgomery, que é diretor do Instituto de Transplantes da NYU, estes procedimentos são estudos mais aprofundados para analisar como os receptores do corpo humano podem tolerar corações de porcos, entendendo a biologia por trás disso e preenchendo as incógnitas.
O estudo ainda tenta imitar a vida real, sem a utilização de medicamentos e dispositivos experimentais. Com estes dados, os pesquisadores estão trabalhando na publicação dos detalhes do estudo.
Kelly, o primeiro paciente a receber o transplante, teve seu corpo doado para a pesquisa por sua noiva. Ele era veterano da marinha, e teve morte cerebral após um acidente de carro.
Segundo Alice Michael, seu fígado seria doado, mas não foi encontrado alguém compatível, então surgiu a pesquisa. Ela diz que aceitou na hora, pois ele gostava muito de ajudar as pessoas.
“Ele foi um herói na vida e saiu como um herói dela”, disse Alice.
Após o transplante, o paciente recebeu monitoração por três dias, onde os pesquisadores realizaram testes de aceitação do órgão.
“Nenhum sinal de rejeição precoce foi observado e o coração funcionou normalmente com medicamentos padrão pós-transplante e sem suporte mecânico adicional”, anunciou o centro médico.
Além de não ter apresentado rejeições, os médicos não encontraram sinais de infecções das quais tinham medo, como o exemplo do citomegalovítus. Porém, ainda há muito a ser feito e vai levar algum tempo de pesquisa até que esse tipo de transplante possa ser disponibilizado para pacientes fora de um estudo.
Assim, mais pesquisas serão necessárias, até porque o monitoramento do transplante foi por um período curto, de 72 horas, além disso, o órgão pode reagir de maneira diferente em um organismo vivo.
“Pensamos que 72 horas era um período razoável para nosso estudo de curto prazo, para entender todas as coisas que precisávamos — que três dias versus cinco dias versus sete dias não faria diferença. Um mês faz a diferença? Sim, absolutamente. Mas nesta fase, isso teria sido muito, muito difícil de conseguir”, disse Nader Moazami, que é diretor cirúrgico de transplante de coração da NYU Langone Healt.
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