País encontra tesouro no mar e deve crescer 86% este ano, mesmo com pandemia

A Guiana, vizinha do Brasil e da Venezuela, não costumava atrair estrangeiros a trabalho por conta das condições precárias do país. Mas isso começou a mudar desde que a nação apresentou perspectivas de crescimento econômico incomparáveis.

Mesmo em meio à crise econômica impulsionada pela pandemia da Covid-19, que deve ocasionar queda de ao menos 5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, a Guiana pode registrar crescimento de 86%, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Essa será a maior expansão a ser registrada no globo terrestre ao longo do ano.

Com aproximadamente 800 mil habitantes, espalhados pelas zonas rural e urbana e pelo litoral, o país registrou menos de 700 casos do novo coronavírus. Visto como um dos países mais pobres do mundo, com atividade econômica sustentada pelo cultivo de cana-de-açúcar, pesca e extração de minérios, a Guiana verá um pulo na expansão de sua economia, em números raras vezes assinalados no mundo. A renda per capita, de US$ 5.200, também deve duplicar. 

Sabe o motivo desse progresso? Há alguns anos, foram encontradas grandes reservas de petróleo no litoral do país, localizadas a menos de 200 quilômetros do continente, no mar do Caribe. Inclusive, no final do ano passado, em dezembro, a ExxonMobil começou a exploração dos recursos. De acordo com o Credit Suisse, a empresa deve retirar 750 mil barris de petróleo por dia e serão cerca de 1,2 milhão de barris por dia até o final desta década. Engenheiros têm sido convidados para trabalhar na companhia e em outras petroleiras instauradas na Guiana. 

Segundo a diretora de energia e mudanças climáticas do instituto The Dialogue, Lisa Viscidi, isso “é muita coisa”. A representante do instituto também disse que “resta saber se o país terá condições de absorver e usar corretamente a súbita riqueza”.