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Commodities

Para ‘fechar as contas’, governo institui novo imposto de exportação

Medida, que retira competitividade internacional do país, taxa em 9,2% venda externa de petróleo bruto

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Não bastasse a massacrante carga tributária (aproximadamente 32% do PIB) – o equivalente a três meses por ano, pagos em impostos pelo contribuinte – o governo federal, compromissado com gastos públicos, a fim de atender seu eleitorado menos favorecido, agora ataca o bolso do exportador nacional, de quem pretende cobrar um imposto sobre cada centavo de petróleo bruto exportado pelo país.

Como não há solução, nem à vista, nem a prazo, para o equilíbrio fiscal – questão que se mantém no nível do discurso oficial, embora a eleição já tenha acabado há mais de três meses – o jeito é extorquir dinheiro, via canetada, de quem produz no país, que perde competitividade internacional.

É o que propõe o governo federal, por meio do anacrônico imposto de exportação sobre o petróleo bruto, conforme declarado, nesta sexta-feira (3) pelo secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernardo Appy, ao justificar a medida por seu caráter temporário, embora a finalidade seja ‘fechar a conta’ da reoneração parcial dos combustíveis.

Desde a última quarta-feira (1º), passou a vigorar uma taxa de 9,2% sobre as exportações de petróleo bruto, com duração de quatro meses, a título de compensar a perda de arrecadação com a reoneração parcial de tributos federais sobre a gasolina e o etanol.

Para convencer o mercado da validade da iniciativa, o secretário sinalizou, ainda que de forma vaga e inconsistente, que a (futura e indeterminada) reforma tributária poderá criar benefícios permanentes para as empresas, inclusive no comércio exterior.

“A reforma tributária tem um efeito muito positivo de redução do custo das exportações brasileiras. A questão do imposto das exportações de petróleo é uma medida temporária, de quatro meses, com fins fiscais para poder fechar a conta nesse processo de reoneração dos combustíveis”, afirmou o secretário, para quem, as duas questões “são coisas totalmente diferentes, pois, do ponto de vista estrutural, a reforma tributária tem um efeito claramente positivo sobre a competitividade da produção nacional de todos os setores”.

As declarações de Appy foram feitas durante uma conferência do 7º encontro do Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), evento realizado no Rio de Janeiro, que tem a participação de governadores dos estados do Sul e do Sudeste, além de outras autoridades dessas regiões.

A temporalidade duvidosa da tributação, porém, não passou despercebida do setor produtivo, que não a poupou de críticas. Embora concorde com a aprovação da reforma tributária, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, deixou clara sua preocupação com a taxação das exportações de petróleo, acentuando que esta deve ser apenas pontual.

“A intenção é a melhor possível, mas não podemos cair na sedução do fácil […]. Se a gente entrar em uma de taxar aquele setor que está indo bem, é um atalho perigosíssimo para o abismo”, advertiu.

Recorrendo à uma metáfora de alto impacto, Esteves afirmou que “não é uma boa ideia chamar um ex-alcoólatra para uma bela degustação de vinho. Tomamos uma dosezinha de vinho nesse imposto de exportação. Ele acaba em quatro meses, que fique para trás”, disparou.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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