Política
Partido de Bolsonaro pede que Sérgio Moro seja cassado
O partido político exige que a Justiça Eleitoral investigue supostas irregularidades na campanha de Sérgio Moro.
O Partido Liberal, legenda do presidente Jair Bolsonaro, acionou o TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) para cassar o mandato de Sérgio Moro. O político, que abandonou a carreira de juíz e esteve como ministro de Bolsonaro, foi eleito para o cargo de senador pelo União Brasil do estado do Paraná.
O ex-juiz está sendo acusado de irregularidades financeiras. durante sua campanha eleitoral. A diretoria estadual do PL no Paraná foi a responsável pelo repasse do pedido, que é sigiloso. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (7 de dezembro de 2022) pelo Poder360.
Na ação, o partido político exige que a Justiça Eleitoral investigue supostas irregularidades de gastos e doações prematuras da campanha de Sergio Moro. Em caso de confirmação, quem ficará com a vaga de Moro será Paulo Martins (PL-PR).
Em uma das disputas para o Senado mais acompanhadas do ano, o ex-juiz federal e ministro da Justiça, Sérgio Moro, conquistou uma cadeira no Senado para representar seu estado natal, o Paraná, pelos próximos oito anos. Com 100 por cento das cédulas apuradas, Moro teve 33,71 por cento dos votos, enquanto Paulo Martins, do Partido Liberal de Bolsonaro, teve 29,10 por cento.
A vitória, no entanto, tem um gosto amargo para um homem que muitos (incluindo o próprio Moro) pensavam que estava destinado à presidência em 2022.
Moro supervisionou uma grande investigação de corrupção em Curitiba, capital do estado do Paraná, no sul do país. Moro e o presidente Jair Bolsonaro apontam insistentemente para a prisão de Lula, embora o ex-presidente sempre tenha afirmado sua inocência e dito que foi vítima de um golpe.
As convicções de Lula permitiram que Bolsonaro vencesse a corrida de 2018. No Paraná, tradicional bastião da direita, seu discurso de combate à corrupção repercutiu e ele recebeu o dobro de votos do adversário. Depois nomeou Moro ministro da Justiça.
Mas Moro superestimou até onde sua influência anticorrupção poderia levá-lo. Moro pediu demissão em 2020 antes de implementar seu tão elogiado plano, alegando que Bolsonaro estava tentando interferir na Polícia Federal. E os apoiadores de Bolsonaro dispararam contra o apóstata.
Em seguida, o Supremo Tribunal decidiu que Moro havia sido tendencioso contra Silva ao conspirar com os promotores para garantir uma condenação, com base em um tesouro de mensagens obtidas pelo The Intercept Brasil. Moro perseguia um “projeto de poder, que exigia a deslegitimação política do Partido dos Trabalhadores e, principalmente, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse o ministro Gilmar Mendes no ano passado.
Com suas condenações anuladas, Lula foi liberado para uma corrida presidencial, e Moro preparou a sua própria. Moro tentou uma candidatura ao Senado na poderosa São Paulo, que também naufragou. Ele optou por concorrer em seu estado natal – exaltando as virtudes da Lava Jato com uma plataforma anti-Lula – e conseguiu ser eleito.
Em meio ao pedido da diretoria estadual do UB no Paraná para cassar o mandato do senador eleito, Moro teve encontro marcado com Bolsonaro no Palácio da Alvorada na última quarta-feira (7 de dezembro). Bastidores políticos especulam que o ex-juiz vai recorrer a Bolsonaro para tentar ajudá-lo a não perder o mandato.
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