Economia
Payroll nos EUA; tapering e precatórios repercutem no Ibovespa de sexta
Dados de empregos nos EUA; fim de injeção bilionária do Fed e avanço de matéria fiscal pautam fechamento da semana
Tão rápido quanto apareceu, como passe de mágica, o ‘fator ômicron’ deixou de rechear o noticiário econômico, que rapidamente cedeu espaço à expectativa dos mercados mundiais quanto aos dados de emprego (payroll) nos Estados Unidos. A informação deve servir para que o Federal Reserve (Fed) – banco central estadunidense – ‘calibre’ de maneira mais precisa o tapering, programa de retirada do estímulo bilionário mensal (US$ 120 bilhões) à maior economia do globo, que se mantém desde o auge da pandemia, no ano passado.
Emprego ianque avança – Para economistas ouvidos pelo “The Wall Street Journal”, a expectativa é de que o relatório de folhas de pagamento (como é chamado classicamente o Payroll), mostre a criação de 573 mil vagas de trabalho em novembro, superando as 531 mil de outubro. No que se refere à taxa de desemprego, a previsão é de um recuo de 4,6% para 4,5%. O Payroll é composto por itens, como taxa de desemprego; ganho médio por hora trabalhada; salário médio por hora e a taxa de participação em novembro.
Futuros voláteis – Em que pese o peso da variante viral, os índices futuros ianques apresentam volatilidade, no início do dia. Na véspera (2), porém, houve avanço de todos os indicadores estadunidenses (Dow Jones, menos 617 pontos; S&P, +1,4%; Nasdaq, + 0,8%, embora, na semana, há perda idêntica para o Nasdaq e Dow Jones (-0,7%) e recuo de 0,4% do S&P. Já no pré-mercado de Nova York, no entanto, o Dow Jones e S&P 500 perdiam 0,11% e -0,13%, respectivamente, ao passo que o Nasdaq futuro encolhia 0,12%.
Stoxx 600 estável – Enquanto que na Europa, o índice Stoxx 600 operava com estabilidade – com as bolsas locais (Paris, Londres e Frankfurt) apresentando viés positivo – o mercado asiático apresentou desempenho misto, refletindo a tensão criada em torno do poder letal, não comprovado, da variante de laboratório. Exemplo disso, ações de tecnologia de Hong Kong fecharam todas no negativo – Tencent (-2,58%); Alibaba (-3,43%) e Meituan (-2,91%).
Margem de R$ 106 bi – No front interno, ainda repercute a aprovação, em segundo turno, por 61 votos a dez, da PEC dos Precatórios, ontem (2) pelo Plenário do Senado. A façanha executiva deve abrir margem orçamentária de R$ 106,1 bilhões no próximo ano.
Benefício eleitoreiro – Esse valor é suficiente para garantir o programa social-eleitoral federal, o Auxílio ‘pleito’ Brasil, e sua cota sobrevivência travestida de benefício no valor de R$ 400 a cada uma das 17 milhões de famílias potenciais votantes, no final de 2022. A matéria fiscal agora volta à Câmara, onde passará por novo crivo de dois turnos, até seguir à sanção presidencial. No paralelo, os senadores também aprovaram a MP que cria o Auxílio Brasil.
“Conversa fiada” – Ao comemorar a aprovação da PEC, o ministro da Economia, Paulo Guedes, apressou-se em garantir que os gastos públicos continuam sob controle, chamando de ‘conversa fiada’ a alegação de que o país teria ‘perdido o controle fiscal’. “Trata-se de uma narrativa política, fake news, pois as verdades fiscais estão lá registradas”, contra-atacou, ao proferir palestra em evento que marca os dez anos de concessões aeroportuárias no Brasil.
Promessas carimbadas – Na oportunidade, o ministro ‘offshore’ minimizou a retração de 0,1% do PIB no terceiro trimestre do ano (3T21) – no comparativo com o trimestre anterior (2T21) – ‘garantindo’ que o País ‘vai crescer’ em 2022.
PIB pífio – Projeções feitas pelo próprio governo, via Boletim Focus do BC, todavia, projetam crescimento pífio, senão, negativo, no próximo ano, quando também tem eleição. Como avestruz emplumado de ironia, Guedes afirmou “ter deixado de ler jornais para não desanimar”, ideia impensável para quem trabalha por salário ou batalha por ‘algum’, para sobreviver.
Fiscal ‘first’ – Bravatas ministeriais eleitoreiras à parte, o fato é que o mercado de capitais atribuiu mais importância à aprovação da PEC dos Precatórios, ontem (2), do que ao resultado adverso do PIB do último trimestre, marcando o entendimento de que, no momento, a matéria fiscal é fundamental para a perspectiva dos negócios pátrios. Isso ficou patente com a alta de 3,6% na sessão de quinta (2), pontuando a maior valorização do Ibovespa em 18 meses.
Produção industrial – Na agenda brasilis, atenção para a divulgação dos dados de outubro da produção industrial (previsão de avanço entre 0,6% e 0,7% ante setembro); do Índice do Gerente de Compras (PMIs) composto e do setor de serviços Markit de novembro.
Petróleo sobe – No terreno das commodities, os preços do petróleo mantêm a valorização da véspera, mesmo após a Organização dos Países Produtores de Petróleo e seus aliados (Opep+) anunciar a intenção de manter elevada a produção em janeiro próximo, em que pese a ameaça potencial da variante ômicron ou ainda a tendência de aperto monetário por parte de bancos centrais. A entidade acrescentou que vai “continuar a monitorar o mercado de perto e realizar ajustes imediatos, se necessário”.
Restrições de Pequim – Ao mesmo tempo, a tonelada do minério de ferro (62% de teor de ferro), por sua vez, apresentava alta de 0,74% (US$ 102,36), percentual que indicaria fraca demanda pela commodity, segundo avaliou a publicação especializada “Fastmarkets MB”. A instabilidade desse mercado, nos últimos meses, está relacionada à imposição de restrições, por parte de Pequim, às siderúrgicas locais, por conta da ‘necessidade de redução das emissões de CO2 nesse setor’.
Primeira alta – No diário da covid, a média móvel de mortes pelo vírus oriental subiu 4% – primeira alta em semanas – com 218 casos registrados, em comparação com o patamar de 14 dias antes, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.
Principais indicadores
Estados Unidos (futuro)
Dow Jones Futuro, -0,24%.
S&P 500 Futuro, -0,32%.
Nasdaq Futuro, -0,42%.
Ásia
Nikkei (Japão), +1% (fechado).
Shanghai SE (China), +0,94% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,09% (fechado).
Kospi (Coreia do Sul), +0,78% (fechado).
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), +0,04%.
Dax (Alemanha), -0,10%.
CAC 40 (França), -0,20%.
FTSE MIB (Itália), +0,50%.
Commodities
Petróleo WTI, +2,8%, a US$ 68,36 o barril.
Petróleo Brent, +2,89%, a US$ 71,62 o barril.
Minério de ferro, -2,08% a 612,5 iuanes ou US$ 96,13 (futuro – Bolsa de Dalian).
Criptomoedas
Bitcoin, +0,28%, a US$ 56.879,74.
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