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Precatórios e desaceleração na China estão no radar do investidor esta semana

Embora se trate de um movimento político, os investidores acompanham o noticiário para se inteirar do que ocorre em Brasília

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A PEC dos Precatórios será votada na terça-feira (9), a partir das 9h, segundo o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). Trata-se do segundo turno da votação.

Embora se trate de um movimento político, os investidores acompanham o noticiário para se inteirar do que ocorre em Brasília, visto que muito do que é decidido lá afeta os investimentos.

A preocupação, neste caso, se dá em função do risco fiscal que ela implica, visto que a aprovação da Proposta eleva os gastos do governo, e traz ainda mais ruído à economia.

Em relação à primeira votação, ocorrida dia 4, foram 312 votos favoráveis e 144 votos contrários. Com esse quórum, a PEC passou com folga.

Na prática, ela define o valor de despesas anuais com precatórios, corrige seus valores exclusivamente pela taxa Selic e muda a forma de calcular o teto de gastos. N

Ou seja, abre espaço fiscal no Orçamento da União para o pagamento do novo benefício assistencial criado pelo governo, o Auxílio Brasil, que terá o valor mensal de R$ 400.

No “rádio corredor” de Brasília, já ganhou até apelido: “PEC do Calote”, pois autoriza o pagamento parcelado dos precatórios.

PEC dos Precatórios

A Eleven Financial elenca, em relatório ao mercado, que a PEC fere a credibilidade com os investidores e coloca em xeque a confiabilidade fiscal do país no exterior.

Isso porque, disse, com a aprovação, pelo menos se esperava que medidas imprevisíveis que pudessem provocar um total descontrole dos gastos fossem descartadas de vez, dando assim um certo tom de previsibilidade ao mercado que, mesmo ciente da crise fiscal crônica, saberia em qual terreno estaria tocando a sua boiada.

“Se observarmos o histórico de tudo que vem acontecendo nas últimas semanas, os próximos dias devem continuar provocando fortes emoções aos investidores”, destaca a casa de análises.

Já para a Nord Research, o que precisa ficar claro, no entanto, é que o problema para o mercado não é o benefício no valor de R$ 400 para os mais pobres, mas sim a forma que ele será financiado. “Basicamente, será às custas da perda da nossa âncora fiscal. Em outras palavras, é como se tivéssemos perdido os freios em relação às contas públicas”, explicou.

China logo à frente

Ainda de acordo com a Nord Research, os tubarões da bolsa estão atentos, também, à China.

Isso porque o país asiático saiu da pandemia antes de todo mundo, por conta do seu maior controle do vírus e das medidas de segurança adotadas no país.

“Como consequência, observamos uma recuperação mais rápida do país frente a outras economias, sendo que ele está agora em uma fase de normalização da atividade a partir da retirada de parte dos estímulos”, disse.

E acrescentou: “um exemplo prático das repercussões dessa nova realidade é a redução de estímulos no mercado imobiliário chinês, que representa 1/4 do Produto Interno Bruto (PIB), de forma direta ou indireta. O setor industrial do país asiático também vem registrando contração há dois meses, tomando como base o PMI industrial chinês.”

Desaceleração no país asiático

Para a Nord, o fato é que toda vez que se vê um processo de desaceleração na China, o mercado fica mais apreensivo sobre a duração e a magnitude do movimento, o que leva os gestores a optarem por tomar menos risco.

“Contudo, esse cenário não é novidade. A gente viu esse mesmo processo entre 2014-2015 e novamente em 2018, quando a economia da China desacelerou”, frisou.

Segundo a casa de análise, a verdade é que pouca gente acha que a China vai passar por um problema estrutural muito forte. Isso sugere que não há forma de o país colapsar.

“Embora ninguém possa prever o futuro, alguns fatores nos levam a acreditar que não faz sentido um colapso na economia chinesa. Primeiro que o país tem plenas condições e ferramentas para segurar ou liberar mais crédito, e segundo porque o próximo ano também será época de eleições por lá — o governo chinês não deixaria a economia “quebrar” em um ano pré-eleitoral”, ressaltou.

Para as duas casas de análise, existem ainda outros fatores no radar do investidor, porém, Pec e China estão na dianteira.

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