Ações, Units e ETF's
Percepção de fim do aperto monetário global favorece queda de juros futuros
Na sessão de hoje (9), taxas curtas caíram 20 pontos-base; intermediárias, desceram 40 pontos e longas, recuaram 25 pontos
O maior ‘apetite de risco’ dos mercados, ante à percepção de que o ciclo de aperto monetário em escala global estaria perto do fim, contribuiu para reforçar o fluxo de recursos para ativos emergentes, além de ‘derrubar’ o ímpeto das taxas futuras de juros (ponta curta), que encerraram a semana em queda acentuada superior a 20 pontos-base, na sessão desta sexta-feira (9).
Como reflexo desses fatores, a taxa de contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,02%, ante 13,092%, no ajuste de quarta-feira (7); a do DI para janeiro de 2025, encerrou as negociações a 11,07%, abaixo do ajuste anterior, de 11,25% (menor nível desde de 7 de fevereiro); a do DI para janeiro de 2027 recuou de 10,64% para 10,50% e a do DI para janeiro de 2029, caiu de 10,94% para 10,84%. No cômputo da semana, enquanto que a ponta curta encolheu 20 pontos-base, a ponta intermediária, baixou outros 40 pontos, e a longa, recuou outros 25 pontos.
Do ponto de vista doméstico, também influiu nas taxas futuras, o entendimento de que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá iniciar o corte da taxa básica dos juros (Selic), a partir de agosto próximo, em 50 pontos-base ou meio ponto percentual (0,5 p.p.), para 13,25% ao ano, contra os atuais 13,75% ao ano.
Na verdade, a tendência de queda das taxas curtas já havia se acentuando, desde o pregão da última quarta-feira (7), e assim continuaram hoje (9), a reboque de sinais fracos de demanda por parte da economia internacional, a despeito da ‘abertura de curva dos papéis do Tesouro dos EUA (treasuries).
Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, o declínio expressivo dos juros futuros podem ser compreendidos como uma reação dos ativos do mercado ao forte aumento dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, na última semana, o que reforçou a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) poderá manter e não baixar os juros, na próxima reunião da instituição, neste mês.
“É um cenário de maior desaceleração global que reduz a preocupação com a próxima decisão do Fed. Ao olhar pelo lado do juro, o mercado está precificando o copo meio cheio”, comentou Rostagno, para quem “a magnitude da queda das taxas hoje pode ter sido amplificada pela liquidez reduzida. De todo modo, é um cenário que atrai fluxo para mercados emergentes, como se vê também no câmbio, pois o dólar fechou abaixo de R$ 4,90, aos R$ 4,8763”.
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