Empresas
Petrobras confirma pagamento de R$ 21,95 bi em dividendos extraordinários
A companhia é uma empresa de capital misto.
A Petrobras (PETR3; PETR4) está programada para distribuir aos seus acionistas um total de R$ 21,95 bilhões, correspondente a 50% do valor avaliado para os dividendos extraordinários, relativos ao exercício social de 2023. Considerando as atualizações monetárias desde 31 de dezembro do ano passado, o pagamento é atualmente calculado em R$ 1,7571521 por ação preferencial e ordinária. No entanto, essa remuneração será dividida em duas parcelas iguais, a serem pagas em maio e junho. Até as datas de pagamento efetivo, os valores continuarão sendo ajustados.
Além disso, serão pagos R$ 14,19 bilhões referentes a compromissos anteriores assumidos pela Petrobras, levando em conta o lucro de 2023 e a fórmula prevista em sua Política de Remuneração aos Acionistas. Portanto, considerando todos os repasses, os valores atuais somam R$ 2,8949567 por ação preferencial e ordinária, com cada uma das duas parcelas equivalendo a R$ 1,44747835. As atualizações continuarão sendo feitas até o pagamento efetivo, utilizando a taxa Selic como referência.
A decisão foi aprovada durante a assembleia geral ordinária realizada na quinta-feira (25), na qual se discutiu a remuneração aos acionistas referente ao exercício social de 2023. Até o mês passado, já haviam sido distribuídos R$ 58,21 bilhões. Com os novos pagamentos que serão realizados, a remuneração total alcançará R$ 94,35 bilhões.
Um impasse sobre o pagamento dos dividendos extraordinários persistiu desde março, quando foi divulgado o resultado financeiro da empresa em 2023, apresentando um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões, o segundo maior de sua história. Na época, o Conselho de Administração da Petrobras, composto principalmente por representantes da União indicados pelo governo brasileiro, anunciou que reteria os dividendos extraordinários, avaliados em R$ 43,9 bilhões.
Essa decisão de retenção foi tomada devido à previsão de novos investimentos. Embora a diretoria da empresa tenha sugerido distribuir 50% desses valores, o Conselho de Administração considerou necessário analisar mais a fundo os cenários e solicitou análises mais detalhadas, adiando o pagamento desses recursos para o futuro.
Conforme o Estatuto da Petrobras, os acionistas têm direito anualmente a uma parcela mínima de dividendos correspondente a 25% do lucro líquido ajustado. Valores que ultrapassam esse percentual são considerados dividendos extraordinários, cujo pagamento não é obrigatório.
A retenção dos valores anunciados em março teve um impacto nas ações da Petrobras, que caíram aproximadamente 10% em um único dia. Especialistas em economia e no mercado de petróleo interpretaram essa queda como resultado de uma especulação destinada a pressionar pelo pagamento imediato dos dividendos, incentivada principalmente por acionistas com interesses de curto prazo. Essa crise também teve repercussões na esfera política, levando o governo a ser questionado sobre a permanência do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no cargo.
Na última reunião do Conselho de Administração da Petrobras, ocorrida na sexta-feira (19), a discussão interna foi retomada. Considerando o aumento do preço do barril de petróleo, calculou-se que a capacidade de financiamento dos projetos da Petrobras aumentou de 65% para 85%. Com base nesse cenário, o Conselho de Administração reverteu sua decisão e deu luz verde para que a diretoria levasse à Assembleia Geral Ordinária a proposta de pagamento dos dividendos extraordinários em 50%.
De acordo com o cronograma de pagamento estabelecido, a primeira parcela será distribuída em 20 de maio para os detentores de ações da Petrobras negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira. Já os detentores de American Depositary Receipts (ADRs), certificados de ações negociados nos Estados Unidos, receberão seus pagamentos em 28 de maio. A segunda parcela está agendada para 20 de junho para os acionistas com títulos na B3 e para 27 de junho para os detentores de ADRs.
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