Economia
Petrobras ‘confronta’ equipe de transição e mantém venda de refinarias
Prevista no plano de desinvestimentos da estatal, medida poderá ser revista pelo governo eleito
Apesar dos insistentes pedidos formais, encaminhados pela equipe transição, a Petrobras continua firme no propósito de dar continuidade ao processo de venda de, pelo menos, cinco refinarias, previsto no programa de desinvestimento da companhia.
Um sonoro ‘não’ foi o tom adotado pela petroleira às solicitações (por duas vezes) do governo eleito, no sentido de suspender a vendas das refinarias, ao menos, até a posse, do presidente eleito, Lula da Silva, a 1º de janeiro de 2023.
Enquanto a estatal procura deixar clara sua posição pública pelas privatizações, a postura do presidente eleito é foco de preocupação no mercado financeiro, uma vez que Lula já adiantou que pretende priorizar ativos do pré-sal, mas também a área de refino, a mais rentável do setor.
Dando continuidade à política atual de desinvestimentos, a Petrobras acaba de concluir a venda das refinarias Isaac Sabá (Reman), no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto (Six), no Paraná.
A venda da Reman ocorreu, mesmo após o pleito pela suspensão da operação, pela equipe de transição, o que reforça o antagonismo de posições entre o governo eleito e a estatal. De todo modo, existe a possibilidade de a nova administração federal cancelar as vendas das refinarias, caso assim decida.
Nesse aspecto, das cinco refinarias colocadas à venda, somente a Lubnor, no Ceará, possui contrato de venda já assinado, à espera do fechamento do negócio. Já as demais se encontram na fase não vinculante ou vinculante, ainda distante do processo de alienação.
Fase vinculante
Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais
Fase não vinculante
Refinaria Abreu e Lima (Rnest) em Pernambuco;
Alberto Pasqualini (Refap) no Rio Grande do Sul;
Presidente Getulio Vargas (Repar), no Paraná.
Ainda pendente pela Petrobras está a venda de cinco ativos de produção e exploração, além de campos de petróleo, cuja concessão continua sendo da estatal.
De acordo com o seu Plano de Investimentos de 2023 a 2027, a Petrobras pretende investir em torno de US$ 78 bilhões (aporte 15% superior ao plano anterior), com ênfase na área de exploração e produção, que deverá responder por 82% dos recursos totais – 67% para o pré-sal – sem contar a previsão de pagamento de US$ 80 bilhões em dividendos aos acionistas, nos próximos cinco anos.
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