Por falta de contêineres, Cooxupé usa ‘big bags’ de café

Por problemas logísticos e parta diminuir o impacto da escassez de contêineres nas vendas externas, a Cooxupé, maior cooperativa e exportadora de café do Brasil, está fazendo o despacho atípico de “big bags” direto no navio. A cooperativa também diminuiu em quase 20% sua projeção de embarques em 2021.

Segundo o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, o mercado foi diretamente afetado pela alta dos custos do frete marítimo. “Foi um ano em que devemos ficar bem aquém do que esperávamos nos embarques… este foi o grande vilão do ano de 2021”, afirmou.

Antes do problema logístico, a expectativa da Cooxupé era embarcar 7,2 milhões de sacas de 60 kg, das quais 6,5 milhões de sacas seriam de exportação. Diante do cenário atual, as estimativas caíram e os embarques chegaram a 5,8 milhões de sacas, sendo 4,8 milhões de sacas ao mercado externo. No geral, os embarques totais serão 19,4% menores do que o previsto inicialmente. Em 2020, o Brasil colheu sua maior safra da historia, com 5,9 milhões de sacas.

A pandemia foi um dos fatores responsáveis pela crise dos contêineres, cujos fluxos entre importações e exportações se alteraram à medida que lockdowns afetaram as atividades. Na tentativa de resolver o problema, a Cooxupé optou pelo embarque de café em “big bags” de cerca de mil quilos. “É uma maneira de driblar o preço do contêiner e a ausência do contêineres”, explicou o presidente.

De acordo com Melo, é importante que o problema logístico seja resolvido em breve para que, assim, a cooperativa abra espaço nos armazéns para a safra do próximo ano.” 2022 não será uma safra recorde, podemos ser taxativos. Mas deve ser maior que 2021”, disse ele.

Para o próximo ano, produtores de café serão impactados pela alta nos custos de produção, devido ao reajuste nos preços dos adubos e defensivos, que tem preocupado o setor agrícola de forma geral.