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Agronegócio

Por que alguns amam ou odeiam coentro? A resposta pode estar no DNA

Mergulhe neste interessante estudo que revela como nossa herança genética pode influenciar a percepção desse ingrediente.

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Há décadas, o coentro tem sido um ingrediente que divide opiniões como poucos. Seu sabor peculiar evoca amor e ódio, sem espaço para meio-termo. Mas, finalmente, a ciência está lançando luz sobre essa polêmica gastronômica, revelando que a preferência – ou aversão – pelo coentro pode ter raízes genéticas.

Um estudo recente, publicado na revista científica Flavour Journal, trouxe à tona uma relação direta entre a aversão ao coentro e a genética.

O geneticista Nicholas Eriksson, da Universidade de Chicago, liderou uma pesquisa envolvendo dois grupos distintos de indivíduos: aqueles que relataram sentir um gosto e odor de sabão ao consumir o coentro e os que não dispensavam a adição dessa erva em suas refeições.

Foto: New Africa/shutterstock

Para conduzir o estudo, a empresa de genética de consumo 23andMe coletou informações sobre as preferências alimentares de seus clientes em relação ao coentro. A partir desses dados, os pesquisadores identificaram duas variantes genéticas ligadas à apreciação desse alimento.

Uma das variantes revelou uma sensibilidade aos aldeídos químicos presentes no coentro nos receptores olfativos do grupo que tinha dificuldades em consumi-lo. Indivíduos nesse grupo possuíam uma variante mais robusta do gene OR6A2, que codifica um receptor particularmente sensível aos aldeídos.

Notavelmente, os pesquisadores também descobriram que esses genes não são herdados, refutando a noção de que as preferências pelo coentro são uma característica hereditária.

Outra pesquisa, realizada na Universidade de Toronto e publicada na revista científica Chemical Senses, identificou variantes genéticas relacionadas à preferência pelo coentro em diferentes genes receptores olfativos e de sabor amargo, em uma amostra com mais de 500 pessoas de ascendência europeia.

Essas variações genéticas influenciam diretamente as percepções do sabor da erva, incluindo a sensibilidade a sabores amargos.

Essas variações genéticas, que nos tornam únicos até mesmo em relação a gostos alimentares, não são inflexíveis. Assim como é possível controlar o consumo excessivo de doces com conscientização alimentar, a percepção do sabor também pode ser aprimorada com o treinamento adequado.

Isso significa que, mesmo para aqueles que possuem predisposição genética a não gostar de certos alimentos, como o coentro, há esperança de aprimorar o paladar.

A riqueza da diversidade genética molda nossas preferências e aversões, mas não dita um destino inalterável. Se você faz parte do grupo que sente aversão ao coentro, considere que, com paciência e treinamento, você pode desenvolver uma relação mais harmônica com essa erva.

Afinal, nossas escolhas alimentares são apenas um aspecto de um todo complexo que nos torna indivíduos únicos. Experimente, abra-se para novas experiências e, quem sabe, o coentro pode se tornar uma surpreendente descoberta em sua jornada gastronômica.

Bruna Machado, responsável pelas publicações produzidas pela empresa Trezeme Digital. Na Trezeme Digital, entendemos a importância de uma comunicação eficaz. Sabemos que cada palavra importa e, por isso, nos esforçamos para oferecer conteúdo que seja relevante, envolvente e personalizado para atender às suas necessidades. Contato: bruna.trezeme@gmail.com

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