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Automobilística

Por que as grandes montadoras alemãs estão em crise?

BMW, Mercedes-Benz e Volkswagen estão com grandes problemas na atualidade.

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A indústria automotiva alemã, outrora símbolo do milagre econômico pós-guerra, enfrenta uma crise sem precedentes. As “três grandes” montadoras — Volkswagen, BMW e Mercedes-Benz —, reconhecidas pela precisão e inovação, agora lutam para retomar o crescimento. Com as eleições marcadas para 23 de fevereiro, o futuro desse setor vital para a economia alemã está em jogo.

A cidade de Wolfsburg, sinônimo da Volkswagen, exemplifica como a crise afetou a indústria. Com uma fábrica que antes produzia 870 mil carros por ano, até 2023, a produção caiu para 490 mil. Esse declínio reflete um panorama nacional, no qual as fábricas operam abaixo da capacidade, impactando a economia e os empregos.

Entre 2017 e 2023, a produção de veículos na Alemanha caiu de 5,65 milhões para 4,1 milhões de unidades. A desvalorização da indústria automotiva não só reduziu a produção, como também afetou as vendas de carros das marcas alemãs.

A Volkswagen, por exemplo, viu suas vendas caírem de 10,7 milhões para 9,2 milhões. BMW e Mercedes-Benz também registraram quedas significativas nas vendas.

Imagem: Bloomberg/reprodução

Transição para carros elétricos: um desafio inesperado

A transição para veículos elétricos, acelerada pelo escândalo das emissões de diesel de 2015, trouxe novos desafios.

Embora os modelos elétricos representem uma parcela significativa das vendas na Europa, o crescimento é inferior ao esperado. A retirada repentina de subsídios na Alemanha contribuiu para uma queda de 27% nas vendas de veículos elétricos em 2023.

A pressão para competir no mercado de carros elétricos é intensa. Concorrentes estrangeiros, com custos operacionais mais baixos e apoio governamental, desafiam as montadoras alemãs. A Comissão Europeia adota tarifas extras para equilibrar a competição, mas a eficácia dessas medidas é incerta.

Custos e desafios internos

Outro obstáculo enfrentado é o alto custo de operação na Alemanha. Em 2023, os custos trabalhistas no setor automotivo alemão eram de 62 euros por hora, comparados aos 29 euros na Espanha e aos 20 euros em Portugal. A invasão da Ucrânia pela Rússia ampliou a crise energética, elevando os custos de produção.

As montadoras enfrentam dificuldades em mercados externos, especialmente na China, onde a demanda por carros alemães diminuiu.

Em 2023, as vendas da Volkswagen caíram 9,5%; Mercedes-Benz e BMW também registraram quedas significativas.

Desafios globais e futuros caminhos

O setor automotivo alemão precisa enfrentar o protecionismo crescente e as guerras comerciais que ameaçam suas exportações.

Para ser competitivo, o setor deve investir em inovação e tecnologia, mantendo empregos na Alemanha e buscando novas oportunidades no mercado global.

O caminho a seguir envolve também um apoio governamental mais significativo, uma vez que investimentos em infraestrutura e energia limpa são essenciais para sustentar a indústria.

As eleições definem um momento crucial para o futuro do setor automotivo alemão, um dos pilares econômicos do país.

Formado em História e em Tecnologia de Recursos Humanos. Apaixonado pela escrita, hoje vive o sonho de atuar profissionalmente como Redator de Conteúdo para Web, escrevendo artigos, em diversos nichos e formatos diferentes.

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