Por que chiclete, vitaminas e protetor solar estão na mira da Anvisa?

Cereal, leite, cimento, baterias, chicletes, protetor solar, vitaminas, remédios: O que esses produtos têm em comum? Em um primeiro momento, a maioria das pessoas responderia prontamente: não faço a mínima ideia. No entanto, ao analisar a composição de alguns desses produtos, você encontrará algo em comum sim.

Estamos falando do dióxido de titânio, que, mesmo não presente em todos os produtos das categorias mencionadas acima, pode ser encontrado em alguns deles. Trata-se de um composto químico formado por oxigênio e titânio, com a fórmula TiO2.

Ele pode ser encontrado na natureza em variadas formas, além de ter diversas aplicações industriais, como pigmento, filtro solar, semicondutor e catalisador. Por isso, é utilizado para dar cor, opacidade, brilho e resistência a produtos como tintas, alimentos, cosméticos, medicamentos, papel, borracha e cerâmica.

No entanto, mesmo tendo sido considerado antigamente como um material seguro e estável, alguns estudos mais recentes foram capazes de comprovar os malefícios, motivo pelo qual a substância foi proibida na União Europeia em 2021.

Dióxido de titânio na mira da Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está de olho no dióxido de titânio há um tempo, sendo que, 2 anos atrás, o órgão reconheceu a pertinência da adoção de medidas restritivas em relação à utilização da substância em alimentos.

Até o momento, no entanto, o composto continua livre para comercialização no Brasil. Agora, em 2023, a agência reguladora colocou o TiO2 novamente em pauta, de modo que a expectativa é de que até o fim deste ano alguma medida seja tomada.

Qual é o perigo do TiO2?

De acordo com estudos, essa substância contém partículas capazes de quebrar fitas do nosso material genético, causando danos diretamente aos cromossomos. Ou seja, atua como uma espécie de vilã para o nosso DNA.

Como se não bastasse, o dióxido de titânio pode ficar armazenado em nossos órgãos, desregulando o sistema imunológico, podendo impactar até mesmo os testículos e, consequentemente, os espermatozoides. A substância ainda pode atravessar a placenta e ser transferida para o feto.

Quais alimentos podem conter dióxido de titânio?

Inicialmente, para evitar a substância nociva, é recomendado conferir a lista de ingredientes de qualquer alimento. Caso encontre algo como titanium dioxide ou o nome em português, evite o consumo. Infelizmente, a quantidade não precisa ser revelada, graças ao sigilo industrial.

Você pode encontrar o TiO2 na indústria farmacêutica, como agente de coloração para comprimidos, cápsulas e mais. Além disso, fique atento com alimentos ultraprocessados, como lacticínios, cremes, doces, coberturas, chocolates, bebidas, molhos e muito mais.