Economia
Por que os super-ricos estão se isolando do mundo?
Em tempos de incerteza global, os ultra-ricos buscam novos destinos para garantir segurança e privacidade.
Eventos globais recentes, como mudanças climáticas e pandemias, têm levado as classes privilegiadas a reconsiderar suas prioridades. Assim como espécies protegidas enfrentam ameaças imprevistas, os super-ricos também buscam adaptar-se a essa “tempestade perfeita” que muitos especialistas preveem.
De acordo com Ken Jacobs, diretor da Private Property Global, houve uma mudança significativa nas prioridades dessa classe, que agora busca locais autossustentáveis para enfrentar possíveis crises globais futuras.
Para os ultra-ricos, o luxo deixou de ser apenas sobre bens materiais e passou a incluir aspectos como segurança e isolamento. Enquanto muitos ainda vivem em coberturas luxuosas em cidades movimentadas, outros estão à procura de novos refúgios. Locais como o Havaí, Nova Zelândia e Costa Rica surgem como destinos desejados.
O projeto de Mark Zuckerberg na ilha de Kauai, por exemplo, é um símbolo desse novo conceito de luxo, onde privacidade e segurança são prioritárias.
A pandemia, além de ser um divisor de águas, trouxe uma consciência renovada sobre a mortalidade e a importância do equilíbrio na vida.
Redefinindo o luxo
Tradicionalmente, luxo era sinônimo de marcas caras, mas essa percepção está mudando. Hoje, a busca por segurança e privacidade assume protagonismo.
Propriedades expansivas e autossuficientes ganharam destaque. Um exemplo disso é o já citado projeto de Mark Zuckerberg no Havaí, que redefine os padrões de exclusividade e proteção.
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, é um dos bilionários que estão abandonando os grandes centros para viver isoladamente – Imagem: Instagram/Reprodução
Localizado em Kauai, o empreendimento de Zuckerberg é cercado por 567 hectares de terras protegidas.
O projeto, avaliado em centenas de milhões de dólares, inclui mansões, bunkers, fazendas para criação de animais e cultivo de vegetais, além de avançadas torres de vigilância.
O objetivo é criar um oásis seguro em meio às incertezas globais.
Tendências globais
A pandemia impulsionou o interesse por ilhas privadas e refúgios autossuficientes. Segundo relatórios, o interesse global por essas propriedades cresceu significativamente desde 2021.
Na Austrália, por exemplo, há um aumento na demanda por locais seguros, especialmente por indivíduos de ultra-alta renda líquida.
Além do país, outros locais como Nova Zelândia, Costa Rica e Havaí, destino escolhido por Mark Zuckerberg, estão na mira dos ricaços.
Os super-ricos estão “correndo” para locais como esse, no Havaí – Imagem: Hawai’i Life/Reprodução
O futuro das propriedades de luxo
Com tantas incertezas globais, as escolhas dos super-ricos por novos destinos não são apenas uma questão de gosto.
Propriedades que oferecem segurança, privacidade e capacidade de autossustentação estão no centro das atenções. A tendência sugere que essa migração continuará, à medida que o eixo de poder global se move.
À medida que o futuro se desenrola, esses novos horizontes tornam-se mais atraentes para aqueles com visão e recursos para explorá-los. Embora as previsões sejam incertas, a busca por refúgios seguros é uma constante em tempos de mudança.
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