Preços do petróleo ‘despencam’ ao patamar mais baixo em 15 meses

Despencando ao menor patamar em 15 meses, o petróleo perdeu, somente nesta semana, 13% de seu valor, como reflexo do ‘terremoto’ financeiro que tomou conta do planeta, por conta da quebra dos bancos ianques Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank, seguida da insolvência de liquidez do Credit Suisse, que reforça os temores de desaceleração da economia mundial ou mesmo, o início de um período de recessão global.

Em decorrência de tais fatores adversos, os contratos de petróleo concluíram a sessão em queda expressiva, em que o tipo West Texas Intermediate (WTI) – referência da commodity nos EUA – acumulou a maior perda semanal, desde 1º de abril de 2022, além do menor preço de fechamento, desde 3 de dezembro de 2021. O contrato do WTI para abril caiu 2,36%, a US$ 66,74 o barril, acumulando queda semanal de 13,26%. Já o contrato futuro do petróleo Brent para maio próximo encerrou a sessão desta sexta-feira (17) em queda de 2,32%, negociado a US$ 72,97 o barril. Na semana, a perda do Brent chegou a 12,45%.

Em nota, o analista-sênior de mercados da Oanda, Craig Erlam, assinala que “os preços do petróleo foram atingidos esta semana, uma vez que a turbulência no setor bancário aumentou o risco de uma desaceleração ou recessão econômica significativa este ano”.

A despeito do suporte prestado ao sistema financeiro ianque pelo Federal Reserve (Fed) – o banco central dos EUA – e pelo Banco Nacional da Suíça (SNB) na Europa, ao Credit Suisse, persiste a cautela entre os investidores.

“Claramente, os investidores não estão convencidos de que o pior já passou, o que continua a pesar fortemente sobre o preço do WTI, principalmente num fim de semana em que tudo pode acontecer, como vimos há sete dias. Se a calma prevalecer, os preços do petróleo podem se recuperar e um fim de semana tranquilo pode ser o primeiro passo para isso”, avalia Erlam.

Somente nesta sexta-feira (17), ambos os tipos de petróleo registraram perdas superiores a US$ 3. Para o sócio da Again Capital LLC em Nova York. John Kilduff, “os fundamentos subjacentes não são tão terríveis quanto o que está sendo precificado aqui, mas existe a preocupação de que o petróleo não seja um lugar tão seguro quanto dinheiro ou ouro”.