Presidente do IBGE expressa apoio à proposta de reindustrialização do país

Em uma entrevista concedida a um canal de notícias sediado na Venezuela, o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, expressou seu apoio à proposta de reindustrialização do Brasil, sugerida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e abordou as disparidades regionais existentes no país. A informação é do Estadão.

Conforme o jornal, ele observou que as cidades ligadas à produção primária para exportação estão experimentando um crescimento significativo, quase comparável ao modelo chinês, enquanto em outras áreas, a situação é de estagnação, com a proliferação de igrejas e o aumento do crime organizado.

No entanto, ressaltou que ainda não está claro se a nova indústria brasileira, incentivada pelo governo, seguirá os padrões geográficos das décadas passadas, concentrando-se no Sudeste, ou se haverá uma distribuição mais ampla por outras regiões do país.

IBGE

Ele compartilhou suas observações durante uma entrevista ao programa Latitud Brasil, da Telesur, uma rede de televisão multiestatal com sede em Caracas. O link para a entrevista foi compartilhado pelo presidente do IBGE em uma rede social, sem informações sobre a data da realização ou transmissão. A assessoria de comunicação do instituto não pôde fornecer essas informações quando solicitada.

Pochmann enfatizou que, com os investimentos destinados ao plano de aceleração do crescimento, o Brasil está melhorando sua infraestrutura em diversas regiões do país, o que é crucial, já que o desenvolvimento anteriormente estava altamente concentrado em poucas áreas.

Ele categorizou os cerca de 5.570 municípios brasileiros em três grupos distintos. Um grupo, representando 40% das cidades, está experimentando um crescimento notável, associado à produção primária para exportação. Outro grupo, compreendendo 15% dos municípios, possui uma população bastante reduzida, com muitos dependentes de transferências de renda e programas sociais.

Municípios brasileiros

O terceiro grupo, que corresponde a aproximadamente 35% dos municípios, inclui grandes cidades que já foram centros industriais proeminentes, mas perderam sua relevância econômica. Pochmann descreveu essas áreas como enfrentando uma estagnação, com desafios significativos em relação à proliferação de igrejas e à influência crescente do crime organizado.