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Commodities

Produção de açúcar do Brasil deve cair 5% em 2021/22 por seca, diz Datagro

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A seca ocorrida no Brasil durante os últimos meses deve afetar o potencial produtivo dos canaviais para a próxima safra, e a fabricação nacional de açúcar tende a recuar 4,8% em 2021/22, para 39,65 milhões de toneladas, estimou a consultoria Datagro em sua primeira projeção para a temporada.

Do total, um volume de 36 milhões de toneladas será proveniente das usinas do centro-sul, principal polo produtor da commodity no país, uma queda de 5,3% em relação ao ciclo de 2020/21.

Segundo o presidente da consultoria, Plínio Nastari, a moagem de cana no centro-sul deve ter uma redução de 3,6% na safra 2021/22 que começa em abril para 575 milhões de toneladas. Além disso, a safra deverá demorar mais para começar.

“O produtor deve atrasar o reinício da moagem, o que deve fazer com que a entressafra seja mais longa do que o habitual”, disse Nastari sobre a influência da falta de chuvas, durante evento transmitido pela internet.

Segundo ele, a moagem prevista para março, quando parte das usinas já começa a operar, ficará entre 6,5 milhões e 7 milhões de toneladas, volume considerado pequeno, enquanto diversos produtores tendem a aguardar de 15 a 25 dias para iniciar o processamento da cana 2021/22.

Este intervalo será utilizado para que as lavouras se recuperem do prolongamento da recente seca.

“Todo esse atraso no desenvolvimento fisiológico deve fazer com que o produtor processe cana com idade menor. Ele provavelmente terá uma cana com rendimento menor… Estamos em pleno La Niña”, acrescentou.

Nastari também destacou que o plantio de cana pode ser menor em determinadas regiões, em função das queimadas ocorridas no Centro-Oeste do país.

A qualidade da cana do centro-sul, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), está estimada pela Datagro em 141,20 kg por tonelada para 2021/22 contra 144,04 kg/ton projetados para esta safra.

Apesar das adversidades citadas, a Datagro acredita que a próxima temporada será novamente mais “açucareira”, com 46,54% do mix de cana destinado para a produção do adoçante, percentual semelhante ao do ciclo atual.

PREÇOS FIRMES

Ele disse que há possibilidade de sustentação para os preços globais.

Durante o mesmo evento transmitido nesta terça-feira, o diretor executivo da Organização Internacioal de Açúcar (OIA), Jose Orive, reiterou a perspectiva da entidade para o balanço de oferta e demanda da commodity, com previsão de déficit global de 724 mil toneladas no ciclo 2020/21 –iniciado em outubro.

A Datagro ainda destacou que, até o fim de setembro, os estoques de açúcar no Brasil estavam em 13,8 milhões de toneladas, 27% maiores quando comparados ao mesmo período do ano anterior.

Se por um lado a oferta do adoçante é ampla, por outro a demanda também segue firme. Dados do governo federal divulgados nesta segunda-feira indicam que o ritmo de embarques diários de açúcar mais que dobrou neste mês e as exportações caminham para superar 4 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde mensal.

No mercado de etanol, a produção total (incluindo o biocombustível de milho) esperada no centro-sul para 2021/22 é de 28,85 bilhões de litros, queda de 2,4% no comparativo anual.

Somente o etanol de cana deve atingir 25,5 bilhões de litros, recuo de 5,8%.

 

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