Produção de laranja de SP/MG 2020/21 deve cair cerca de 26%

O Fundecitrus anunciou nesta quinta-feira que a safra de laranja do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais, principal região produtora para a indústria exportadora de suco do país, deve recuar 25,87% na temporada de 2020/21.

A nova projeção representa ajuste para baixo de 0,36% em relação à projeção anterior divulgada em maio.

O instituto disse ainda que produção foi estimada em 286,72 milhões de caixas de 40,8 kg, o que representa uma das quebras mais severas de safra da última década.

Com base em dados da Somar Meteorologia, o Fundecitrus apontou que as chuvas de maio e junho nos municípios produtores contribuíram para o peso das laranjas precoces.

Em julho, o vilão foi tempo seco que se instalou em todo o cinturão citrícola. O índice pluviométrico acumulado ao longo do mês ficou abaixo de 10 milímetros em média nas regiões. Em agosto, os dias continuaram quentes e secos, com exceção de três regiões que tiveram chuvas significativas: Itapetininga, Duartina e Avaré.

Em nota, o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safras (PES) Vinícius Trombin falou sobre os efeitos da seca. “O déficit hídrico na maior parte do cinturão citrícola deve inibir o crescimento das laranjas, que deverão ser colhidas com pesos menores em relação aos projetados. Pelo menos 70% da safra ainda não foi colhida”.

Além das chuvas mais escassas em julho e agosto, acrescentou Trombin, a previsãoaté o momento da publicação da reestimativa aponta para a inexistência de chuvas com volumes significativos nos próximos 15 dias.

Considerando todas as variedades da cultura, o tamanho médio projetado em maio de 257 frutos por caixa, que equivale a laranjas com peso médio de 159 gramas, permanece estável na nova estimativa. O ganho de peso das laranjas precoces deverá ser compensado pela redução de peso das demais variedades, afetadas pela estiagem.

“Se esse peso médio for confirmado à medida que a colheita for avançando, as laranjas serão cerca de 6% menores do que as das últimas cinco safras, uma média de 169 gramas”, explicou o coordenador do levantamento.

A colheita chegou a cerca de 25% da produção no mês passado, ficando abaixo dos 35% registrados no meso período de 2019, mostram os dados do Fundecitrus.

A taxa média de queda de frutos aumentou de 17% da previsão anterior para 17,30%, considerando todas as variedades, segundo a projeção.