Automobilística
Produção nacional de veículos ‘freia’ 3,9% em abril
No comparativo anual, fabricação automotiva caiu de 174.340 para 167.541 unidades
Como reflexo do ajuste efetuado pelas montadoras – face ao recuo das vendas, abaixo da estimativa do setor – a produção de veículos apresentou queda de 3,9% em abril (167.541 unidades), ante igual mês do ano passado (174.340 unidades), segundo balanço divulgado, nesta segunda-feira (8), pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em relação a março deste ano – mês que conta com mais cinco dias úteis – a produção em abril último caiu 19,4%.
Outros fatores que concorreram para desestimular o acesso aos veículos pelo mercado – que se tornaram mais caros – a entidade aponta, ainda, os juros elevados (vide Selic a 13,75% ao ano), restrição de crédito e alto nível de endividamento familiar.
Se considerados os últimos sete anos, com foco específico no mês de abril, a produção automobilística só é maior que a de igual mês de 2020, quando eclodiu o ciclo pandêmico. Se confrontado o primeiro quadrimestre de 2023 com igual período do ano passado, a produção apresentou alta de 4,8%, totalizando 714,9 mil veículos, aí incluídas todas as categorias.
No mesmo comparativo anual, todavia, as vendas avançaram 9,2%, correspondendo a 178,9 mil veículos – carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. A despeito do incremento comercial, o número do mês passado continua distante daquele anterior ao ciclo pandêmico, em abril de 2019, quando foram emplacados 232 mil veículos – menos 71 mil unidades. Atualmente, a média diária de vendas continua inferior a 9 mil veículos.
No entanto, a expectativa do setor é de melhoria dos negócios, tendo em vista a retomada de regularidade no fornecimento de componentes eletrônicos, mediante a superação da situação de escassez que obrigou a descontinuidade das linhas de produção, nos últimos dois anos. Tomando como referência o período anterior à pandemia, a produção automotiva mensal atual se mantém no patamar abaixo de 250 mil veículos.
Por enquanto, porém, a tendência é de uma retomada lenta de níveis superiores de produção, haja vista que, em fevereiro último, as montadoras paralisaram total ou parcialmente, ao menos, metade das fábricas de carros e caminhões, devido à fragilidade das vendas.
No quesito exportações, a associação registrou recuo de 24,1%, no comparativo anual e de 23,9% no comparativo mensal – 34 mil veículos. Levando em conta o comparativo anual do primeiro quadrimestre deste ano, as exportações caíram 4,3%, para 146,3 mil unidades.
No que se refere ao nível de emprego, houve perda de 13 postos de trabalho em abril último no setor, que agora mantém um contingente de 101,6 mil trabalhadores.
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