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Commodities

Produtor de café pode ter dificuldade na entrega caso safra 2021 tenha queda grade, diz Itaú BBA

Banco de investimentos se baseia em cenários que mostram uma quebra de 14% e 21% na próxima temporada (2021/22).

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Os produtores de café do Brasil que comemoraram as vendas antecipadas para 2021 podem enfrentar desafios para cumprir entregas, caso a safra de 2021 sofra uma quebra grande ou problemas de qualidade como alguns prevêem, afirmou um especialista do Itaú BBA nesta terça-feira.

A instituição financeira considera cenários que mostram uma quebra de 14% e 21% na próxima temporada (2021/22), devido a chuvas abaixo da média e ao ano de baixa no ciclo bienal de produção da variedade arábica.

“O sul de Minas (principal região produtora) foi muito castigado, se ele (produtor) vendeu 50% (antecipadamente), ele vai passar um ‘calor’. É mais neste sentido que pode ter alguma dificuldade”, disse César de Castro Alves, consultor de Agronegócios do Itaú BBA.

Mas especialista avalia que os produtores não venderam nem um terço da próxima safra, embora o nível de vendas antecipadas tenha sido expressivo para o ciclo deste ano com ajuda do câmbio. No caso de 2020, 70% da produção já foi comercializada.

“Arriscaria a dizer que não deve chegar a 30%”, disse ele, levando em conta o percentual de vendas futuras referente à colheita de 2021.

“(Isso) preocupa em princípio um pouco, mas a gente sabe que tem produtores que podem exagerar na dose (de vendas)”, ponderou ele, afirmando que ainda é cedo para dizer o tamanho da perda de colheita do Brasil em 2021 em relação a 2020, quando o país registrou uma de seus melhores ciclos.

No café, a comercialização do produto também passa pela qualidade do grão, o que pode aumentar a dificuldade para cumprimento da entrega, disse o consultor.

“E parece que vai ter algum problema”, previu, citando floradas “desorganizadas” pelas chuvas irregulares.

“Pode ser que tenhamos uma safra de qualidade um pouco pior, ele (produtor) até consegue colher, mas não tem condições de entregar. Se a qualidade for um pouco pior, essa dificuldade pode vir daí também”.

O especialista ponderou que, se o quadro da quebra de safra não for “tão catastrófico”, eventuais problemas de entregas do produto já comercializado seriam menores.

Segundo Alves, os cafeicultores tradicionalmente não vendem volumes tão expressivos da safra futura, a exemplo do setor de grãos, que já vendeu mais de 50% da colheita de soja antes mesmo do fim do plantio ter sido encerrado.

Mesmo com o país tendo colhido uma expressiva safra de café e estando com armazéns cheios, o cenário de oferta é mais apertado no próximo ano, destacou Alves, o que “pode criar espaço para preços mais firmes”.

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