Educação
Projeto que valoriza as mulheres impacta positivamente os estudantes
O projeto que Gina criou já conquistou 13 prêmios, como o 1º lugar do prêmio Ibero-americano de Educação em Direitos Humanos. Saiba mais!
Gina Vieira Pontes é uma mulher negra, filha de pais que tiveram pouco estudo, mas sempre valorizaram muito a educação. Passou sua vida escolar sofrendo ofensas de seus colegas e educadores, além disso, ainda tinha dificuldade de participar das aulas. Seu pai, mesmo sem alfabetização, dizia que ela ganharia o mundo na escola, parece que foi isso que aconteceu.
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Gina estudou no Centro de Ensino Fundamental 12, em Ceilândia – Distrito Federal, foi só com oito anos que aprendeu a ler e escrever, tudo no colo de Creusa Pereira dos Santos Lima, uma professora que, como ela, também era negra. Foi ali que ela decidiu seguir a carreira docente.
Em 2022, após exercer sua profissão por 30 anos, Gina se aposentou, mas deixou um caminho muito bonito com o projeto Mulheres Inspiradoras, que tem como objetivo valorizar mulheres e meninas por meio da leitura e produção de textos. O projeto é tão importante que se tornou política pública na região, fazendo parte da história de mais de 350 educadores.
O projeto foi desenvolvido em 2014, na mesma escola que Gina estudou, apresentando 10 mulheres inspiradoras para seus alunos, com o objetivo de inspirá-los. Entre mulheres importantes que foram apresentadas, estavam Malala Yousafzai, Anne Frank, a própria Creusa, assim como mulheres próximas dos estudantes, como mães e avós, que contaram suas histórias em um livro escrito pelo projeto.
“As mulheres fazem uma revolução silenciosa. Infelizmente, elas nascem, lutam e morrem sem serem reconhecidas”. ‘Mulheres Inspiradoras’ tem a força de uma biografia ancestral. Representa um movimento de mulheres negras e de movimentos sociais que há anos lutam pelos seus direitos”, explica Gina.
O projeto que Gina criou já conquistou 13 prêmios, como o 1º lugar do prêmio Ibero-americano de Educação em Direitos Humanos – Óscar Arnulfo Romero e o prêmio Professores do Brasil.
Em 2017, o Mulheres Inspiradoras cresceu, implementando o currículo de 15 escolas públicas do Distrito Federal, tornando-se em 2021 uma política pública no Distrito Federal, com o objetivo de valorizar as mulheres e enfrentar a violência de gênero.
Agora aposentada, Gina não está mais à frente do projeto, que inspirou outros educadores a criarem seus próprios projetos. Como foi o caso de Carlos André de Jesus Campos, que se baseou no projeto de Gina para criar o Elas do Sol – Mulheres Inspiradoras da Quebrada, que levou aos estudantes do Centro de Ensino Fundamental 28, histórias de autoras negras, como Conceição Evaristo e Cristiane Sobral, discutindo muito o assunto de violência contra a mulher.
O projeto incentivou os alunos a denunciarem práticas violentas no ambiente familiar e tiveram apoio do conselho tutelar.
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