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Quadro macroeconômico incerto detona rentabilidade dos bancos

Normalmente resilientes, papéis de instituições financeiras caíram mais que o Ibovespa

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Conhecidas pela resiliência às intempéries do mercado, as ações dos bancos amargam, desde o início do ano, perdas superiores até do que a registrada pelo Ibovespa, que caiu 4,9%, mas ainda abaixo do que recuaram Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (BCSA34), com baixas de 5,98%, 15,84%, 17,03% e 15,47%, respectivamente.

Retrocesso acionário – No cerne do retrocesso acionário, o quadro macroeconômico e os ruídos políticos que cristalizaram o imbróglio fiscal-eleitoral em que está metido o país, como avalia a analista Research da Ágora Investimentos, Maria Clara Negrão, ao destacar, como fatores da crise, incertezas fiscais; pagamento pendente dos precatórios, assim como indefinição da fonte de recursos  para custeio do programa social Auxílio Brasil, de grande valor eleitoral para o Planalto.

Agenda indefinida – Nesse rol, acrescenta Maria Clara, também se encontram a questão tributária, que envolve a polêmica unificação do ICMS, além da reforma do Imposto de Renda, que prevê taxar em 15% os dividendos do investidor. “Tudo isso tem penalizado o setor”, explica a analista.

Inflação pressiona – Outro vetor negativo, de acordo com relatório da Inter Research, é a pressão exercida pela inflação sobre a política monetária dos países, acionando a escalada dos juros pelos bancos centrais, em todo o mundo. Pela lógica, juros em alta são uma ótima ideia para os bancos, mas não é bem assim.

Taxas lentas – “No curto e médio prazo, os spreads continuam pressionados, já que o custo de captação de recursos financeiros aumenta instantaneamente, mas por outro lado, as taxas médias demoram para acompanhar o ritmo de alta das taxas de juros”, segundo o relatório da Inter Research.

Dividendos menos atrativos – Para neófitos ou não, é sempre bom lembrar que spread é a diferença entre o preço de compra e venda de uma ação, título ou transação monetária. Também por conta da pandemia, a redução dos proventos pelos bancos tornou os dividendos menos atrativos ao público.

Juros baixos – Na contramão, o operador de renda variável da B.Side Investimentos, Lucas Mastromonico, entende que a ‘culpa’ pelo baixo desempenho bancário em bolsa são justamente os juros baixos.  “Com juros baixos, muita gente deu preferência para ações de tecnologia, como empresas de cashback, bancos tech, entre outras companhias. Os investidores achavam que como os juros continuariam baixos, o ROI (Retorno Sobre o Investimento) dos bancos iria piorar, o que acabou gerando esse movimento de venda generalizada”, argumenta.

Bancos em alta – Para Mastronomico, atualmente o mercado experimenta movimento inverso, em que a desvalorização dos papéis das empresas de tecnologia – determinada pela alta dos juros – fez com que o investidor voltasse a priorizar as ações dos bancos, que apresentam solidez, no momento turbulento e imprevisível, como o atual.

Recuperação parcial – Embora admita que o cenário atual não seja ‘nada positivo’, o analista da Constância Investimentos, Gustavo Akamine, observa que os bancos têm conseguido recuperar parte da rentabilidade perdida nos últimos meses, o que lhes permite reforçar suas linhas de crédito.

Papel defensivo – A recomendação de especialistas é de que o investidor inclua ações das instituições financeiras em sua carteira, uma vez que o setor é considerado mais ‘defensivo’, além de oferecer ‘boa rentabilidade’ por meio dos dividendos.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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