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Redução no lucro leva Bradesco a tombo histórico na Bolsa; confira

Em único dia, valor de mercado do banco cai mais de R$ 30 bi em reação a balanço decepcionante do 3º tri. Setor financeiro sente o baque

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A primeira quinzena de novembro de 2022 tem sido um período bastante movimentado para o mercado financeiro. É que várias das empresas e grupos listados na Bolsa estão divulgando resultados do 3º trimestre, com impactos positivos ou negativos para o pregão. Uma das últimas que têm repercutido é a apresentação do balanço do Bradesco (BBDC4), na última terça (8), que causou alvoroço entre os operadores financeiros.

Não se trata de um desastre absoluto, como seria informar prejuízo em vez de lucro, mas para o setor financeiro é quase como isso. Segundo o relatório do banco, o Bradesco teve um lucro recorrente de R$ 5,22 bilhões no 3º tri. A cifra é 22,8% menor em comparação ao mesmo período de 2021 e ficou abaixo da previsão de grande parte dos analistas, que esperavam algo na casa dos R$ 6,7 bilhões. Para piorar, a rentabilidade sobre o patrimônio encolheu 5,1% no comparativo anual, ficando em 13 pontos percentuais.

Conforme diagnóstico da própria instituição, os números justificam-se em razão do baixo desempenho da margem financeira com o mercado, influenciada pela alta da taxa básica de juros. Teriam contribuído também o aumento da provisão para devedores duvidosos (“poupança” responsável por cobrir eventuais calotes) e o resultado financeiro da seguradora, que acabou comprometido por conta da deflação.

Mesmo assim, o mercado não digeriu bem as desculpas. Já com baixas expectativas após o resultado frustrante do Santander, que havia registrado declínio superior a 20% em outubro, a reação e o castigo foram imediatos. No dia seguinte à divulgação, o Bradesco protagonizou as principais perdas do Ibovespa na sessão. A instituição encerrou o pregão com recuos de 16,01% nas ações ordinárias e de 17,38% nas preferenciais. Tratam-se das maiores quedas registradas pelos papéis do banco em mais de duas décadas.

Um levantamento da TradeMap demonstrou que o mergulho foi o maior desde 10 de setembro de 1998, quando os papéis desabaram 19,49%. Naquela ocasião, lidando com a crise financeira russa e um forte aumento da Selic, a Bolsa brasileira registrou perdas de 15%.

Como consequência da desconfiança de investidores, o valor de mercado do Bradesco sofreu desgaste de R$ 30,69 bilhões em um único dia. Assim, passou de de 183,19 bilhões para R$ 152,5 bilhões. A avaliação também é da TradeMap. A frustração acabou se convertendo em pessimismo generalizado para o setor financeiro, com outros grandes bancos listados na Bolsa fechando a sessão desta quarta no vermelho, à espera dos resultados do Banco do Brasil e Itaú Unibanco.

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