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Reuniões de bancos centrais e crise chinesa agitam Ibovespa hoje

Fim de ajuda bilionária nos EUA e risco de falência de incorporadora são destaques

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Crédito: foto divulgação

Num mesmo dia, duas tensões diferentes. É o que se depreende do início, nesta terça-feira (21), quase simultâneo, das reuniões do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central (BC), em que o primeiro avalia como retirar a ‘mesada’ bilionária, que injeta, mensalmente, na maior economia mundial o equivalente a US$ 120 bilhões, ao passo que a autoridade monetária brasileira começa a decidir o tamanho do ‘tranco’ que dará à taxa básica de juros (Selic), para o combate à inflação em decolagem.

Projeção acima – A expectativa do mercado é de que o aumento deva superar 1,25 ponto percentual, além do ponto percentual prometido pela autarquia, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Mais do que o número em si, o que importa é a sinalização do BC, de que poderá acelerá-la, caso o surto inflacionário não seja contido.

Tombo monumental – Nada como um dia atrás do outro. Depois do tombo monumental da véspera, as bolsas mundiais tentar recuperar o fôlego, abrindo em alta, depois que o presidente da Evergrande, Hui Ka Yuan, procurou acalmar os mercados, ao afirmar que a segunda maior incorporadora da China (que estaria próxima da falência) “cumprirá com suas responsabilidades, junto a compradores de propriedades, investidores, parceiros e instituições financeiras”.

‘Água na fervura’ – Mesma celeridade em ‘jogar água na fervura’ global não demonstrou o governo chinês, que até agora não sinalizou qualquer medida no sentido de evitar o contágio do problema para todo o setor imobiliário, descambando, em seguida, por todo o globo. A Evergrande possui dívidas avaliadas em US$ 300 bilhões. Apesar do mutismo de Pequim, análise de crédito da S&P Global Ratings entende que o governo do país só deverá intervir, caso a crise atinja outras incorporadoras, contaminando o restante da economia do gigante asiático.

Só amanhã – O efeito da comunicação corporativa só deverá ser melhor precificado amanhã (22), quando voltam a operar as bolsas chinesas, onde surgiu o problema. Ainda assim, o índice Hang Seng, de Hong Kong, se recuperou da queda superior a 3% da véspera, fechando nessa terça (21) com alta de 0,51%, em contraste com o Nikkei japonês, que recuou 2,17%, puxado pelas perdas de 4,98% do Softbank Group. A bolsa da Coreia do Sul também permaneceu fechada, por conta de feriado local.

Minério se recupera – Depois de amargar queda superior a 11% na véspera – a maior, desde maio do ano passado – a cotação do minério de ferro em Singapura ensaia alguma recuperação, em que pese o compromisso do governo chinês de reduzir as emissões de gases poluentes na atmosfera, impactando a produção local, a maior do mundo. Somente nos últimos quatro meses, a commoditie acumula baixa de 60%, o que se reflete nos papéis das mineradoras daquele país.

Stoxx avança – Com os juros futuros ianques e europeus operando em ligeira alta, os mercados ocidentais também buscam recuperação, depois da derrocada geral dos mercados na véspera, reforçando o temor do investidor em relação à instabilidade econômica chinesa. No velho continente, o índice Stoxx 600 – composto pelas ações de 600 empresas dos 17 principais setores econômicos da região – subia 0,7%, refletindo a alta de quase todos os setores (destaque para o de petróleo e gás), com exceção da saúde.

Congresso avaliará IOF – Enquanto Bolsonaro discursa, agora de manhã, na abertura da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas, prosseguem as negociações sobre o destino dos precatórios no Congresso, questão que levou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) a criticar a iniciativa açodada e sem debate, por parte do governo, que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para bancar o Auxílio Brasil (ex-Bolsa-Família), adiantando que a medida deverá ser “analisada posteriormente pelo Legislativo”.

Alegação palaciana – A alegação do Planalto é de que a elevação do imposto terá vigência apenas de 20 de setembro a 31 de dezembro, quando se espera um aumento de R$ 2,14 bilhões na arrecadação, na hipótese de a proposta de taxação dos dividendos, no contexto da reforma do Imposto de Renda (IR) não prosperar.

Descascando o abacaxi – O mercado também confere o encontro dos presidentes da Câmara e Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em torno de uma solução definitiva para o ‘abacaxi’ dos precatórios, em tempo pré-eleitoral, e de repetição do mantra de respeito ao teto de gastos e ao arcabouço fiscal do país.

Propostas em discussão – Entre as propostas que estariam em discussão, destaque para aquela que mantém em R$39 bilhões, correspondentes aos valores corrigidos e pagos em 2016, deixando os R$ 50 bilhões restantes fora do teto de gastos. Outra ideia seria travar o valor corrigido de 2016, para quitá-lo integralmente e dentro do teto de gastos requisições de pequeno valor, que somariam R$ 17,5 bilhões, somente nem 2020.

Governadores reagem – Depois de o presidente recorrer ao Supremo para forçar o Congresso a apreciar projeto de lei do Executivo – sem grandes resultados – que institui valor fixo para o ICMS em todo o país, governadores de 19 Estados e do Distrito Federal divulgaram carta conjunta, na qual afirmam que “nenhum deles aumentou a alíquota do ICMS incidente sobre combustíveis nos últimos 12 meses, período em que o preço da gasolina acusou elevação superior a 40% no período”.

Crise, onde?  – Por fim, o noticiário não traz uma linha sequer das autoridades sobre a crise hídrica, apesar de a usina de Belo Monte, no Pará, operar, desde o mês passado, com meia turbina, o que corresponde a apenas 2,67% de sua potência total.

Principais indicadores

Estados Unidos

*Dow Jones Futuro (EUA), +0,97%
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,86%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,75%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), +1,16%
*Dax (Alemanha), +1,4%
*CAC 40 (França), +1,48%
*FTSE MIB (Itália), +1,21%

Ásia

*Nikkei (Japão), -2,17% (fechado)
*Shanghai SE (China), (não abriu)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,51% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), (não abriu)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, +1,07%, a US$ 71,04 o barril
*Petróleo Brent, +1,11%, a US$ 74,74 o barril
*Bitcoin, -3,44% a US$ 43.217,17
*Sobre o minério: **A bolsa de Dalian permaneceu fechada por conta de feriado.
USD/CNY = 6,45

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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