Economia

Ritmo da bolsa brasileira em setembro deve ser ditado pelo cenário fiscal

Estrategistas afirmam que ainda há um pequeno espaço para alta.

Publicado

01/09/2020 às 12:55

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O mercado acionário começou o mês com o foco voltado para o cenário fiscal do país, entre receio com o risco de uma possível flexibilização do teto de gastos e desentendimentos entre a equipe econômica e outras áreas do governo.

Carlos Sequeira e Osni Carfi, estrategistas do BTG Pactual afirmaram em relatório com as ações recomendadas para o mês, que há um pequeno espaço para alta. “Com as taxas de juros de longo prazo nos atuais níveis, e mesmo após o ‘sell-off’ recente, nós enxergamos um espaço pequeno de alta com base em fundamentos”.

Eles acreditam que, se o governo e o Congresso continuaram com a agenda de reformas e mostrarem vontade de trabalhar na consolidação fiscal, os juros de longo prazo podem cair, abrindo o caminho para o Ibovespa voltar a subir. Contudo, os estrategistas apontam desafios no avanço de medidas de austeridade fiscal no curto prazo.

O Ibovespa teve queda de 3,4% em agosto, a primeira mensal desde março, com o front fiscal limitando os efeitos de estímulos monetários, principalmente nos Estados Unidos, que levaram Wall Street a novas máximas recordes.

O governo espera um déficit primário para o governo central em 2021 de 233,6 bilhões de reais segundo o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) apresentado nesta semana, frente ao rombo de 149,61 bilhões de reais estipulado em abril, no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).

“Acreditamos que a volatilidade deva se fazer mais presente neste segundo semestre, mesmo passado o ponto mais crítico da crise do Covid-19”, disse Victor Penna e equipe de análise da BB Investimentos.

Em relatório a clientes, eles afirmaram: “No mercado interno, os ruídos nos campos político e fiscal se mantêm em cena, enquanto no externo irão ficar no radar novidades na intensidade e duração de medidas de estímulos econômicos, bem como o iminente processo eleitoral americano”.

Apesar de também apontar os receios políticos e fiscais, a XP Investimentos explicou que segue otimista com Ibovespa, prevendo que o índice chegue em 115.000 pontos ao final de 2020, com o apoio da continuidade da migração de recursos para renda variável por investidores em busca de retornos atrativos.