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Santander diz que BNDES e BNB serão fundamentais para setor de energia em 2020

Executivo do Santander considerou os efeitos da pandemia de coronavírus sobre o mercado de crédito privado.

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Um executivo do Santander Brasil disse nesta quarta-feira que bancos estatais como o BNDES e o BNB serão fundamentais neste ano para o financiamento de projetos de energia elétrica, como usinas de geração renovável, levando em conta as conseqüências da pandemia de coronavírus sobre o mercado de crédito privado.

A forte presença do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Nordeste (BNB) em financiamentos no setor elétrico vinha diminuindo nos últimos anos em meio à redução das taxas de juros no Brasil.

No ano passado, empreendedores no setor de energia movimentaram volume recorde de recursos no setor privado com a emissão de debêntures incentivadas, em valor total de 27,26 bilhões de reais, ultrapassando em muito o recorde anterior de 19,3 bilhões de reais em 2018, de acordo com informações do Ministério da Economia.

O chefe da área de project finance do Santander Brasil, Edson Ogawa, afirmou que o recorde não deve voltar a ocorrer em 2020, e que as instituições públicas devem retomar parte das perdas por causa da maior instabilidade no mercado.

Em evento online do setor de energia eólica promovido pelo Canal Energia, Ogawa disse que “eles (estatais) têm uma participação mais relevante, como está acontecendo sinceramente neste ano, em que o mercado deu uma retraída com o que aconteceu”.

“O volume de debêntures de infraestrutura será menor este ano que no ano passado, e a participação do BNDES, do BNB e de outros bancos de fomento será fundamental para que a gente consiga colocar de pé os projetos que estão previstos para este ano”, continuou.

O executivo não quis estimar quanto os financiamentos via debêntures poderiam captar para o setor de energia até o final deste ano.

Segundo ele, as operações para financiar projetos de geração e transmissão de energia com emissões de dívida no mercado privado brasileiro vinham obtendo prazos longos, quase os praticados por bancos de fomento, como emissões com vencimento em 25 anos.

“A participação existe, e via mercado de capitais pode chegar a prazos longos, 25 anos. Mas tem essa característica, de (o mercado) abrir e fechar (“janelas de oportunidade para captação”). E isso a gente tem que ter consciência de que acontecerá dessa forma”, explicou.

Em março, no começo da pandemia, especialistas advertiram que incertezas nos mercados financeiros provavelmente levariam empresas de energia no Brasil a adiar ou até suspender emissões de debêntures, com muitas sofrendo com a elevação de custos ou corte de prazos nas operações pretendidas.

As captações no mercado de dívida vinham crescendo rapidamente no setor de energia antes disso, abocanhando fatias do BNDES e do BNB, tradicionais financiadores da indústria. Depois de 2019, quando as taxas estavam mais atraentes, várias companhias chegaram a levantar recursos com debêntures para quitar antecipadamente seus empréstimos.

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