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Economia

Seja quem for o vencedor nas eleições dos EUA, investidores apostam em China, estímulos e “dinheiro verde”

Gestores de capital apostam em estímulo abundante, recuperação chinesa e salto de ativos relacionados à sustentabilidade.

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Algumas operações de curto prazo que contavam com uma vitória clara de Joe Biden estão sendo arruinadas pela acirrada e indefinida eleição norte-americana, mas gestores de capital afirmaram que estão passando a apostar em um estímulo abrangente, uma recuperação da China e um salto de ativos ligados à sustentabilidade, não importa quem for eleito.

Enquanto mais Estados divulgam seus resultados e outros milhões de votos ainda continuam sendo contabilizados, as chances de vitória continuam de pé tanto para o atual presidente Donald Trump quanto para seu rival Joe Biden.

Os dois políticos têm visões políticas muito diferentes desde comércio à tributação relativas ao clima. A promessa de Biden de associar a recuperação econômica dos Estados Unidos ao combate às mudanças climáticas bate de frente com o plano de Trump de retirar barreiras regulatórias à exploração de petróleo, gás e carvão.

Alguns investidores se posicionaram para rendimentos mais altos dos Treasuries e um rali nas ações de energias renováveis, em meio à liderança de Biden nas pesquisas de opinião. Algumas dessas apostas foram prejudicadas, com as ações de empresas solares dos EUA e parques eólicos europeus recuando, enquanto os Treasuries subiam.

Os investidores também foram rápidos em vender suas ações automotivas, conforme a sombra de mais protecionismo por parte de Trump ressurgia, após sua guerra comercial de anos contra a China.

“Esperamos muita volatilidade no mercado. No entanto, as condições básicas de investimento que vemos para os próximos 12 meses não serão revertidas por essa volatilidade”, disse o diretor global de investimentos Rick Lacaille, da State Street Global Advisors.

Para Lacaille, o estímulo fiscal e monetário abrangente desencadeado em resposta à pandemia de Covid-19 “ainda não penetrou totalmente no sistema”, e isso continuará a determinar as condições de investimento em 2021, previu.

Os gestores de fundos realmente não parecem ter pressa em movimentar as carteiras, especialmente porque um resultado claro pode demorar dias ou até ser contestado na justiça.

Uma das diversas razões é que, independentemente de quem será o próximo presidente dos EUA, a crise econômica e de saúde global gerada pela pandemia continuará pressionando o cenário de investimentos.

Outro motivo é que as ações asiáticas seguraram seus ganhos, o que indica confiança de que o crescimento econômico da região não será afetada por uma vitória de Trump ou um impasse político após as eleições..

Por último e talvez o mais importante, o dinheiro deve continuar barato e abundante nos Estados Unidos e em outras regiões, alimentando as perspectivas de longo prazo para os mercados de ações.

A maior parte dos mercados acredita que a mudança para investimentos mais ambientalmente corretos pode ser permanente.

“A sustentabilidade da economia global vai acontecer independentemente de quem estiver no comando; a energia verde é mais barata do que a energia de combustível fóssil”, disse o chefe de alocação de ativos Rupert Watson, da Mercer Investments.

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