Selic pode chegar a 9,5% em 2022 com política fiscal expansionista, afirma XP

A taxa de juros da economia (Selic) deve ultrapassar os 9% no próximo ano, enquanto ao fim de 2021 deve chegar a 7,25%, estima o time de economistas da XP. Segundo eles, o aumento pode se fazer necessário para uma política fiscal mais expansionista, em meio a discussões sobre a PEC dos precatórios e a reforma do Imposto de Renda.

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“Nossa simulação aponta que uma expansão fiscal em 2022, que implique mudança no teto de gastos e corte significativo de impostos, demandaria a taxa Selic acima de 9% para trazer a inflação para a trajetória de metas em 2022/2023”, explicaram.

A revisão de cenário divulgada pela XP na última quinta-feira, 12, indica que a expansão fiscal impactaria a inflação e a política monetária em duas frentes.

“Em primeiro, manteria o consumo interno aquecido, abrindo espaço para que o choque de inflação corrente se dissemine para o ano que vem. Em segundo, traria uma deterioração da percepção de risco-país, levando a uma taxa de câmbio mais depreciada”, afirmam.

Cenários

No segundo cenário, “a Selic precisaria subir para em torno de 9,50% até o primeiro semestre do ano que vem” para que o IPCA retomasse ao centro da meta. O esforço demandaria mudanças no teto de gastos, além da aprovação da reforma do IR para exclusão de cerca de R$ 30 bilhões em receitas.

“As implicações seriam uma trajetória mais forte do consumo em 2022, a taxa de câmbio se acomodando em R$ 5,5 por dólar (ante R$ 4,9 em nosso cenário base) e o risco Brasil (CDS de cinco anos) subindo de 182 para 254 pontos-base.”

Já no cenário básico, que considera taxa de câmbio em R$ 4,9 por dólar e desaceleração do consumo interno, a Selic “faz o trabalho de devolver a inflação para a trajetória de metas em 2022”.

A equipe da XP ainda aumentou as estimativas para a inflação no fim de 2021 de 6,7% para 7,3%, com expectativa de IPCA a 3,7% em 2022, contra taxa de 3,6% esperada anteriormente.