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Sem rumo desde maio, cruzeiro de 900 mil dólares deixa 200 pessoas à deriva

Odyssey tinha planos de visitar 147 países.

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O Odyssey, uma não convencional embarcação de cruzeiro de luxo, prometia uma experiência única: uma volta ao mundo em uma jornada de três anos e meio, visitando 147 países nos sete continentes.

Com passagens que chegavam a impressionantes 900 mil dólares, o navio atraiu uma clientela disposta a pagar alto por uma nova forma de turismo, que mesclava o conforto de um hotel às delícias de uma viagem marítima.

No entanto, o que deveria ser uma odisseia extraordinária acabou se transformando em um episódio de frustração e descontentamento.

Navio iria sair do mesmo local onde o Titanic foi construído – Imagem: reprodução

O sonho que virou uma longa (e tediosa) espera

Previsto para zarpar em 30 de maio, do estaleiro Harland & Wolff, na Irlanda do Norte — famoso por ter sido o local de construção do Titanic —, o Odyssey já enfrenta um atraso de cerca de cinco meses devido a problemas técnicos relacionados aos lemes e à caixa de engrenagens.

A situação é desoladora para os cerca de 200 passageiros que, desde então, permanecem sem o embarque definitivo nem uma grande perspectiva de partida.

A história do Odyssey começou a se desenhar quando a Villa Vie Residences adquiriu o navio, antigamente chamado Braemar, em dezembro do ano passado.

Com a promessa de uma viagem luxuosa pelos mares do mundo, a empresa ofereceu aos passageiros a opção de alugar cabines ou comprá-las como uma espécie de propriedade.

Alguns, como a autodeclarada ‘viciada em cruzeiros’ Holly Hennessey, que até levou seu gato a bordo, estavam entusiasmados com o que esperavam ser uma nova vida em alto-mar.

Entretanto, o encanto começou a se dissipar. Os passageiros são autorizados a permanecer a bordo durante o dia, mas devem desembarcar à noite para a conclusão dos reparos, sendo levados a hotéis em Belfast e regiões próximas à custa da empresa.

Para alguns, tal situação tornou-se uma oportunidade de explorar a Irlanda, incluindo visitas à famosa Calçada dos Gigantes e a destilaria de whisky Bushmills.

Outros, no entanto, sentem-se desiludidos, tendo investido somas substanciais na expectativa de uma experiência transformadora.

Sebastian Stokkendal, gerente de marketing da Villa Vie Residences, reconhece a magnitude do desafio em revitalizar um navio com mais de 30 anos e que estava inativo por quatro anos.

A complexidade dos reparos e os imprevistos encontrados refletem os riscos de se realizar uma inovação em um setor conhecido por seus altos padrões de operação e segurança.

O CEO da Villa Vie, Mikael Petterson, espera que o Odyssey finalmente zarpe em breve, projetando uma partida para a semana atual.

Em uma declaração à BBC, ele enfatizou que contratempos são inevitáveis quando se é pioneiro em novos empreendimentos.

Seu otimismo, entretanto, não alivia a frustração dos passageiros, que apenas aguardam que seu sonho de uma viagem ao redor do mundo se torne realidade.

Formada produtora editorial e roteirista de audiovisual, escrevo artigos sobre cultura pop, games, esports e tecnologia, além de poesias, contos e romances. Mãe de três curumins, dois cachorros e uma gata, também atuo ativamente em prol à causa indígena no Brasil.

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