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Criptomoedas

Sozinho, homem minera um bloco de Bitcoin e fatura R$ 1,8 milhão

Um minerador individual desafiou as probabilidades e ganhou R$ 1,8 milhão ao concluir uma mineração de bitcoin.

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Ganhar sozinho na mineração de Bitcoin é hoje um feito tão raro quanto ganhar na loteria, mas, contra todas as estatísticas, um usuário conseguiu exatamente isso.

Em um cenário cada vez mais dominado por grandes operações e poderosos conglomerados computacionais, um minerador individual, com estrutura caseira e recursos limitados, surpreendeu o mercado ao resolver, sozinho, um bloco da blockchain do Bitcoin e garantir uma recompensa de US$ 348 mil (cerca de R$ 1,8 milhão).

O caso, ocorrido no dia 3 de julho deste ano, é considerado altamente improvável no atual contexto da mineração de criptomoedas, marcado pela competitividade extrema e pela complexidade técnica envolvida.

Segundo Con Kolivas, desenvolvedor da plataforma CKpool, as chances de um minerador solo atingir esse feito são de 1 em 2.800. Para se ter uma ideia, esse tipo de ocorrência tende a acontecer, em média, apenas uma vez a cada oito anos.

Como o minerador conseguiu? Um caso raro de sucesso na mineração de Bitcoin

Mesmo com uma infraestrutura modesta, o minerador utilizava apenas 0,00026% do poder computacional total da rede Bitcoin, uma fração mínima em relação à potência das grandes fazendas de mineração.

Ainda assim, ele conseguiu resolver o enigma criptográfico necessário para validar um bloco, garantindo 100% da recompensa, o que inclui os bitcoins recém-gerados e as taxas das transações processadas naquele bloco.

Isso ocorreu graças ao modelo de mineração conhecido como “solo mining”, que, embora seja cada vez mais incomum, ainda é praticado por usuários que confiam em sua sorte e na estabilidade de suas máquinas.

A operação foi realizada por meio da CKpool, uma plataforma voltada justamente para mineradores solo que desejam participar da rede sem compartilhar recompensas com pools maiores.

O que é mineração de Bitcoin e por que ela ficou tão complexa?

Foto: Shutterstock

A mineração de Bitcoin é o processo por meio do qual as transações são validadas e registradas na blockchain da criptomoeda.

Cada operação é agrupada em blocos, que só podem ser adicionados à rede após a resolução de problemas matemáticos extremamente complexos — um processo que exige enorme poder computacional e alto consumo de energia.

Nos primeiros anos do Bitcoin, mineradores individuais com computadores comuns conseguiam participar da rede e acumular moedas.

No entanto, à medida que o valor da criptomoeda disparou e a demanda por validação cresceu, a mineração se tornou um ambiente altamente competitivo, demandando equipamentos especializados (como ASICs) e grandes investimentos em infraestrutura e energia elétrica.

Hoje, a atividade é dominada por grandes conglomerados ou cooperativas de mineração, conhecidas como pools, que somam seus recursos para aumentar as chances de sucesso e dividir as recompensas.

O que torna esse caso tão especial?

Além de garantir a recompensa básica por bloco resolvido, atualmente de 3,125 BTC após o halving de 2024, o minerador recebe um valor adicional pelas taxas de transação, que podem variar conforme a demanda da rede. O total acumulado chegou a impressionantes US$ 348 mil (R$ 1.898.061,60), valor bem acima da média usual.

Esse tipo de episódio demonstra que, mesmo com todas as limitações técnicas, ainda é possível ganhar dinheiro minerando Bitcoin sozinho, embora as chances sejam remotas.

Casos assim reacendem o interesse por modelos descentralizados e mostram que a mineração individual de Bitcoin, embora rara, ainda não está completamente extinta.

Lição do acaso: vale a pena minerar Bitcoin por conta própria?

Embora seja inspirador, o caso também serve de alerta: a mineração solo é extremamente arriscada e depende muito mais de sorte do que de técnica.

Na maioria dos casos, os custos com energia e hardware não compensam o investimento, tornando esse modelo viável apenas para entusiastas que já possuem a estrutura necessária e querem tentar a sorte.

Ainda assim, episódios como esse mantêm viva a essência original do Bitcoin: um sistema descentralizado, em que qualquer usuário, mesmo o mais modesto, pode participar, contribuir e, ocasionalmente, ser generosamente recompensado.

Formado em Publicidade e Propaganda pela UFG, deu seus primeiros passos como redator júnior na agência experimental Inova. Dos estágios, atuou como assessor de comunicação na Assembleia Legislativa de Goiás e produtor de conteúdo na empresa VS3 Digital.

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