StoneX prevê redução em exportação e consumo de soja no Brasil

Dados apresentados pela consultoria StoneX apontam que a exportação de soja do Brasil está estimada em 80 milhões de toneladas. O volume representa um corte de 4 milhões de toneladas na comparação com a última projeção, realizada em janeiro A queda foi justificada devido à redução da produção nacional ocasionada pela seca. Se confirmado o volume, essa seria a menor exportação do Brasil, considerado o maior exportador e produtor global, desde 2019.

Em 2022, os embarques brasileiros também devem se apresentar abaixo do recorde de 86,1 milhões de toneladas de 2021. No início da semana, a StoneX revisou, pela segunda vez, a projeção de safra de soja, agora estimada em 126,5 milhões de toneladas, com uma queda de 5,6% na comparação com o último ciclo.

A consultoria também prevê queda na projeção de consumo de soja do país, de 49 milhões para 48,2 milhões de toneladas. Em 2021, este número chegou a 47,5 milhões. Os estoques finais em 2022 foram agora estimados em 2,2 milhões de toneladas, abaixo dos 3,26 milhões de 2021.

Contudo, apesar das baixas registradas, o milho pode melhorar o cenário agrícola brasileiro. Segundo a StoneX, há a possibilidade de uma safra recorde do cereal, que deve ser colhido, em sua maior parte, no inverno. A produção total está prevista em 116 milhões de toneladas, ante 86,63 milhões no ciclo anterior, quando as lavouras sofreram com estiagem a geadas.

Em nota, o analista de Inteligência de Mercado do grupo, João Pedro Lopes, informou que “o bom progresso do plantio observado até o momento aumenta a possibilidade de que grande parte da safra seja plantada dentro da janela ideal, amparando a manutenção das expectativas favoráveis para a safrinha”.

Mas para um melhor resultado, a consultoria lembra que as lavouras precisam se desenvolver antes do começo da estação seca no país. Caso contrário, o tempo adverso pode afetar o plantio, como aconteceu na primeira safra, quando a empresa fez um corte de 5,5% ante a projeção do mês anterior, para 25,3 milhões de toneladas de milho.

Com uma safra menor que a esperada, a exportação brasileira está agora estimada em 40 milhões de toneladas. A estimativa anterior era de 41 milhões de toneladas.